Reforma da Previdência 1


Relator da reforma analisa volta de taxa extra para servidores. Medida ajuda a aliviar rombo fiscal e enfrenta resistência no Congresso

Apesar de forte lobby contrário à medida no Congresso, a reforma da Previdência pode voltar a prever que servidores públicos possam ser obrigados a pagar uma contribuição extra para solucionar o déficit do sistema.

Além de propor um aumento da alíquota normal de contribuição previdenciária para funcionários públicos com altos salários, o governo quer permitir a criação de uma taxa extra diante de elevados rombos do regime.

Essa possibilidade acabou sendo retirada no relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentado na quinta-feira (13). Isso desagradou a equipe econômica.

Moreira já trabalha numa versão mais atualizada da reforma da Previdência, a ser divulgada na próxima semana. Está em estudo a retomada do dispositivo que autoriza a contribuição extra para servidores.

Bem articulados no Congresso, representantes do funcionalismo público questionam as medidas prevista na reforma para a categoria, pois a proposta já prevê que a alíquota ordinária sobe de acordo com o salário e pode chegar a 22%.

Com o discurso de que a reforma da Previdência retira privilégios, o governo quer manter a contribuição extra para o funcionalismo público, que poderia variar de acordo com a necessidade de equacionar o déficit.

O rombo nas contas da Previdência preocupa o Ministério da Economia.

A projeção para este ano é que o saldo negativo no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) seja de R$ 218 bilhões. Para o regime dos servidores públicos federais, de R$ 44,3 bilhões, mas este sistema beneficia menos pessoas que o da iniciativa privada.

Surpreendida por trechos do relatório de Moreira, a equipe econômica tem se reunido com o deputado para tentar reinserir medidas na reforma da Previdência.



FOLHA DE SÃO PAULO
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