Moody's reduz previsão para PIB do Brasil e vê risco em guerra EUA-China


Agência diz que a paralisação dos caminhoneiros provocou contração da atividade econômica

A agência de classificação de risco Moody’s reduziu nesta quinta-feira (23) a previsão para o crescimento do Brasil em 2018, em meio a um cenário ruim para emergentes pelo aumento do preço do petróleo e pelas tensões comerciais entre EUA e diante das incertezas eleitorais no país.

Segundo a Moody’s, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescerá 1,8% neste ano. Antes, a expansão prevista era de 2,5%. Para 2019, a projeção diminuiu de 2,7% para 2%. A análise está no relatório “Global Macro Outlook 2018-2019” (“Panorama Macro Global 2018-2019”, em tradução livre), divulgado nesta quinta.

A agência atribui a piora na perspectiva de curto prazo a uma combinação de cenário externo mais desafiador e a fragilidades internas do país.

A Moody’s diz que a paralisação dos caminhoneiros em maio provocou uma contração da atividade econômica, e que dados de varejo e produção industrial indicam que uma recuperação mais ampla está perdendo ímpeto.

Enquanto isso, as expectativas de inflação começaram a subir, e a desvalorização do real deve contribuir para uma pressão inflacionária adicional, diz o relatório. “A inflação crescente vai afetar os gastos do consumidor ao erodir os salários reais, enquanto maiores taxas de juros vão refrear os investimentos.”

A esse panorama, ainda é preciso somar a incerteza sobre o resultado das eleições e as políticas do próximo governo, “fonte adicional de risco”, indica a agência. E um contexto global de alta de juros nos Estados Unidos, que favorece a atração de fluxo de investimentos para o mercado americano e agrava as turbulências locais.



FOLHA DE SÃO PAULO
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