Equipe econômica
decide desbloquear R$ 2 bilhões do Orçamento
Com desempenho da economia
brasileira pior que o esperado, o governo reduziu a previsão de
crescimento neste ano de 2,97% para 2,5%. A expectativa do
governo, agora, está alinhada com a dos analistas do mercado, que vêm reduzindo
suas projeções para a atividade econômica. Segundo a última pesquisa Focus,
divulgada nesta segunda-feira (21), a expectativa é de uma alta de 2,5% em
2018.
Ao mesmo tempo, a projeção do governo para o PIB de 2019 subiu de 3%
para 3,3%.
"Não vemos razão para esperar menor crescimento à frente. Pelo contrário,
estamos elevando crescimento de 2019", disse o secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, que defendeu que o
investimento está "forte".
O resultado do PIB do primeiro trimestre de 2018 será conhecido no
próximo dia 30, de acordo com o calendário do IBGE. Em 2017, depois de
dois anos de retração, o país cresceu 1%. A equipe econômica também
decidiu liberar R$ 2 bilhões do Orçamento de 2018. O valor
bloqueado, agora, é de R$ 9,1 bilhões. Considerando esse montante, as despesas
da União chegam ao teto de gastos.
"É muito importante a gente ter atingido o teto do gasto, porque
vai colocar para o governo, de forma explícita, o que é prioritário. [...] O
governo tem que priorizar", afirmou o ministro do Planejamento, Esteves
Colnago.
Do 4º trimestre de 2008 ao 1º trimestre de 2009:
foram 2 trimestre em recessão e depois 20 trimestres até a economia se
recuperar. Homem conversa ao telefone em Wall Street, distrito financeiro dos
EUA, em Nova York, após uma semana tumultuada para as bolsas de valores de todo
o mundo. A crise financeira global de 2008, desencadeada por uma bolha no
mercado imobiliário dos Estados Unidos, atingiu o Brasil.
Os maiores valores liberados serão destinados ao
PAC (R$ 550 milhões), Ministério da Educação (R$ 400 milhões) e Ministério do
Desenvolvimento Social (R$ 180 milhões).
A estimativa de receitas do governo subiu R$ 7,6 bilhões, devido
principalmente a leilões de petróleo.
O governo elevou em R$ 14,4 bilhões a previsão de receita com leilão de
petróleo. Também houve um aumento de R$ 2 bilhões na receita com exploração de
recursos naturais, que reflete o aumento no preço do barril de petróleo.
Na receita previdenciária, contudo, houve uma redução de R$ 1,9
bilhão. "O que afetou foi o crescimento menor da massa
salarial [de 5,88% para 5,12%] e os impactos do programa de
recuperação rural, que envolve refinanciamento de dívidas rurais",
disse a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi.
Ao mesmo tempo, a equipe econômica retirou das previsões para este ano a
expectativa de R$ 12,2 bilhões de receita com a capitalização da Eletrobras.
"A previsão para a entrada de recursos de outorga da capitalização
da Eletrobras tende a ocorrer no fim do ano ou início do ano que vem. Então
fica risco fiscal e decidimos retirar essa receita para não materializar esse
risco", explicou Ana Paula Vescovi.
As informações estão no relatório de receitas e despesas do segundo
bimestre, divulgado nesta terça-feira (22).
FOLHA DE SÃO PAULO