REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA FRANÇA


Funcionários ferroviários em greve na França  já anunciaram que não preveem uma 'trégua' para as festas de final de ano se o projeto de  reforma não for retirado.

A situação na verdade se complicou ainda mais, uma vez que um dos arquitetos do projeto, Jean-Paul Delevoye., que continua sendo prestigiado pelo Governo, está sendo acusado de proximidade com setores interessados no tema, como as seguradoras.

"Se o governo deseja que o conflito termine antes das festas, tem uma semana inteira para tomar a decisão necessária: a retirada da reforma", disse Laurent Brun, secretário-geral do CGT-Cheminots, principal sindicato de funcionários da empresa ferroviária SNCF.

O maior sindicato francês, o CFDT, que manteve uma posição moderada no início do conflito, juntou-se à mobilização contra o projeto do governo na quarta-feira após o anúncio do estabelecimento de uma "idade de equilíbrio" para a aposentadoria de 64 anos. Abaixo desta idade a pessoa não receberá aposentadoria integral.

Atualmente, a idade para aposentadoria integral é de 62 anos.

"É muito simples: para que o CFDT olhe novamente para o projeto, o governo deve concordar em retirar a idade de equilíbrio", disse o secretário-geral do CFDT, Laurent Berger.

A posição do CFDT é crucial, por ser o único do país que não se opõe ao principal capítulo da reforma, a saber, a substituição dos 42 regimes especiais existentes na França por um esquema universal de pontos.

O alto comissário francês Jean-Paul Delevoye, encarregado de elaborar o projeto de reforma da Previdência na França, renunciou nesta segunda-feira (16), depois que a imprensa revelou que ele mantinha cargos remunerados em empresas privadas enquanto estava no governo, prática proibida pela lei francesa.

Ele possuía diversos cargos em companhias de seguros, de transportes e de outros setores.

Em uma empresa de treinamento, ele recebia 5.000 euros (R$ 22,7 mil) mensais, mesmo após ter entrado para o governo. Nenhum deles havia sido comunicado à Alta Autoridade para a Transparência da Vida Pública, órg

ENTENDA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA FRANÇA

Um fundo para todos 
Os 42 fundos de pensão administrados de forma independente serão fundidos em um único, com regras iguais para todos. Atualmente, se uma pessoa contribui para mais de um fundo, ela recebe mais de uma pensão. Sob a proposta, isso não será possível.

Fim de regimes especiais 
O projeto acaba com regimes especiais de ferroviários, militares e bailarinos da Ópera de Paris, por exemplo. Esses funcionários públicos conseguem se aposentar antes dos 60 anos e recebem pensões maiores.

Sistema de pontuação 
A ideia é adotar um sistema de pontuação no qual cada dez euros contribuídos equivalem a um ponto. Serão concedidos pontos bônus em casos excepcionais, como licença-maternidade.

Pela nova proposta, quanto mais anos um trabalhador ficar no mercado, mais pontos ele acumula, e maior será sua pensão. Quem trabalhar até os 64 anos, independentemente dos pontos obtidos, terá pensão mínima de mil euros.

Quem trabalhar além dessa idade pontua mais: aos 65, ganhará 5% a mais de pontos por ano; aos 66, mais 10%, e assim por diante.



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