Das 15 ações que mais subiram, 8 são também as que pior caíram.
Tendência do preço, no mercado de
ações, é perseguir a média; nos últimos dias, isso ficou cristalino.
A alegria de ver uma das ações da sua
carteira entre as mais valorizadas do dia traz consigo o medo de
vê-la entre as maiores baixas na noite seguinte.
É algo como a lei da gravidade, o que sobe, desce. E o que sobe muito, costuma
descer bastante, já que a tendência do preço, no mercado de ações, é perseguir a média.
Nos últimos dias, essa tendência
ficou cristalina.
Dos 15 papéis que ficaram entre os
mais valorizados do Ibovespa nos últimos sete pregões, oito registraram também
as maiores baixas do mesmo período. Mais da metade!
Em apenas sete dias!
São empresas como Azul, Embraer e Magazine Luiza, que
ocuparam, quase ao mesmo tempo, o podium das que mais subiram e o das que mais
caíram.
O Ibovespa é o principal indicador de desempenho das ações
negociadas na B3, a bolsa brasileira, e reúne as empresas consideradas as mais
importantes do mercado. Atualmente, conta com 75 ações. Todas consideradas
parrudas.
Os aviões seguem sem poder decolar,
mas Gol e Azul estiveram, por dois pregões seguidos, entre as mais valorizadas.
Logo na sequência, passaram dois pregões entre as mais desvalorizadas.
A explicação simplista é a de sempre:
os investidores acharam que os preços estavam baixos demais, compraram.
Os
preços subiram. Investidores (às vezes, os mesmos) viram nisso uma oportunidade
e venderam. E assim por diante.
Os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo
e Gabriel Galípolo, no livro “Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo”, por
sua vez, apontam que é comum aos investidores grandes, que dominam o mercado,
seguir o movimento de manada.
Vendendo e comprando sem levar em conta
expectativas racionais.
Essas grandes movimentações criam
ondas difíceis de surfar para o investidor “pessoa física”. Ficar em pé na
prancha exige disposição (e fundos) para correr riscos.
O ideal, recomendam os especialistas,
é manter o olho no longo prazo. O Ibovespa, por exemplo, com a pandemia de
coronavírus, atingiu a mínima de 69 mil pontos.
Agora, no meio do ano, antes de
sabermos como e quando a pandemia vai acabar, já subiu 37%, chegando aos 94
mil. Bem perto da máxima do ano, que foi 97 mil pontos.
Além disso, para dormir um pouco mais
tranquilo, cabe a você entender as razões pelas quais parece interessante usar
o seu dinheiro para ajudar uma grande empresa a atingir objetivos, possivelmente
lucrando com isso.
E observar a oscilação de preços sempre como sinal, não como
um fator determinante para venda ou compra.
FOLHA DE SÃO PAULO