Hélio Zylberstajn
(FIPE),
Lembrou que
a FIPE, apoiada por algumas entidades, ofereceu ao governo uma
proposta de reforma verdadeiramente estruturante e recordou ainda que a sua
fundação vem defendendo há mais de 10 anos um caminho criativo e
alternativo visando a adoção da capitalização no País, sem precisar criar uma
"folga fiscal" que hoje Guedes defende que seja obtida pela
economia de R$ 1,1 trilhão via aprovação da PEC.
Notou também que a
proposta da FIPE dispensa o desvio das contribuições atuais e propõe que sejam
utilizados em seu lugar recursos do FGTS, que as pessoas seriam
autorizadas a destinar a planos de previdência complementar. Tal opção seria
oferecida apenas para os brasileiros nascidos a partir de 2005 - trabalhadores
do segmento privado, servidores e militares - o que eliminaria o
custo da transição.
Ao mesmo tempo,
continuou Zylberstajn. medidas paramétricas irão unificando as
regras do pilar de repartição, permitindo assim ao País caminhar de fato para
um sistema unificado. E aos poucos, à medida que o número de pessoas vinculadas
à velha aposentadoria diminuísse, as atuais alíquotas poderiam ser
gradualmente reduzidas.
Paulo Tafner (Ipea)
Resumidamente,
Tafner observou que a economia proporcionada pela reforma da Previdência poderá
até não alcançar o R$ 1,1 trilhão esperado pelo Governo, mas para valer a pena
não poderá ficar abaixo de R$ 850 bilhões. De toda forma, asseverou que os
argumentos de quem defende as mudanças não poderão continuar sendo apenas
"fiscalistas". Precisarão ser também de ordem moral, centrados na
extinção ou ao menos redução dos privilégios.
Disse que o
estabelecimento de idades mínimas é algo fundamental, em razão da longevidade.
Afinal, acrescentou, quem chega a viver 60 anos tem diante de si a expectativa
de chegar a mais de 80 anos. Disse também que se deve buscar cada vez mais uma
previdência com regras flexíveis, para melhor se ajustar ao fato de as pessoas
estarem vivendo mais e às mudanças no mercado de trabalho.
Quanto à
capitalização, notou que ela serve melhor à previdência complementar e que, de
toda forma, só poderá ser implementada gradualmente, até porque não há como
financiar a sua adoção em um prazo menor.
O ESTADO DE SÃO PAULO