Novembro
deixou claro para o investidor que a renda fixa tem lá as suas emoções e que a
transição do CDI para ativos mais longos e de crédito não vai ser sem vaivéns.
Após o Copom adotar um tom mais cauteloso sobre o ritmo de cortes da Selic e
com o real mais depreciado, as taxas futuras subiram, trazendo perdas para
títulos prefixados e atrelados à inflação.
Com a onda de vendas de papéis de
dívida corporativa, os fundos de renda fixa também apresentaram cota negativa.
O
IMA-B5+, que representa uma cesta com títulos mais longos do Tesouro IPCA+,
recuou 4,03% em novembro até ontem. No ano, ainda tem muita gordura, com ganhos
de 27,11%.
O IRF-M, usado para medir o desempenho de títulos públicos
prefixados, perdeu 0,50% no mês, mas no acumulado de 2019 ainda sobe 11,3%.
Os
fundos de renda fixa crédito livre tinham, em média, desvalorização de 0,35%
até o dia 21, segundo a Anbima.
O
histórico do Brasil de ter a renda fixa dominante vai prevalecer, diz Tiago
Cesar, gestor da BNP Asset Management.
A diferença, agora, é que um pedaço
disso vai competir com outras modalidades. Com a correção recente das taxas
futuras, ele avalia que alguns papéis ficaram mais interessantes.
É o caso do
Tesouro IPCA+, que passou a ter um prêmio na casa dos 3,4% (mais a inflação)
nos vencimentos de 2035 e 2045, por exemplo.
VALOR ECONÔMICO