Se não houver avanços
na reforma da Previdência, não haverá como evitar uma crise fiscal séria no
Brasil, alerta em artigo o economista Alexandre Schwartsman. Ele nota no
encerramento do texto que caso a nova administração consiga a proeza,
poderá colher os frutos quase imediatamente, na forma de baixas taxas de juros,
abrindo até a possibilidade de nova redução da Selic; se falhar, porém, o
castigo virá a cavalo.
O Brasil gasta mais
com proteção social, notadamente com Previdência, do que uma média de 54
países. A comparação é parte de um relatório elaborado pelo Tesouro Nacional,
divulgado nesta terça-feira (18). No estudo, o governo harmonizou
estatísticas brasileiras às praticadas pelos países da OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A conclusão é que o Brasil gasta 12,7%
do PIB com proteção social contra uma média de 8% dos demais 54 países. Na
lista estão países europeus e outros exemplos que têm uma população muito mais
envelhecida do que a brasileira, como Suiça, Itália, Portugal e até mesmo
Japão. O percentual brasileiro só perde (e por pouco) para a fatia gasta pelos
países nórdicos, como Noruega e Dinamarca. A média de despesa desses países é
de 12,8% do PIB.
Quando se compara a
marca brasileira com países latino-americanos e emergentes, a diferença é ainda
maior. Contra os 12,7% do Brasil, os seus pares gastam em média 10%. Mas
no pagamento de pensões a diferença é abissal: 2,6% do PIB em gastos no Brasil
contra 0,2% na média dos 54 países. Ou seja, R$ 163,4 bilhões.
ESTADO DE SÃO PAULO