CORONAVÍRUS


Por coronavírus, montadoras dão férias coletivas e já demitem no Brasil.

GM e Mercedes-Benz preveem paralisação; Caoa Chery desligou 50 colaboradores.

Estava tudo tranquilo até a semana passada, tranquilo até demais. 


A frase dita por um executivo do setor automotivo mostra que ainda havia esperança de que a pandemia do novo coronavírus poupasse o setor de maiores prejuízos. 


Mas isso não vai acontecer.

A produção começa a ser interrompida: as montadoras seguem critérios globais e dão férias coletivas.

Funcionários da General Motors ficarão em casa entre os dias 30 de março e 12 de abril. Em nota, a GM afirma que o objetivo é ajustar a produção à demanda atual do mercado. 

A paralisação é válida para todas as cinco fábricas da montadora no país. 

A unidade de Gravataí (RS) produz o Chevrolet Onix, carro mais vendido do Brasil.

Segundo o Sinmgra (Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí), as férias coletivas devem atingir cerca de 5 mil trabalhadores, já que alcança também os sistemistas —empregados de fornecedores que operam dentro do complexo automotivo da GM.

O Brasil é o segundo maior mercado global da empresa, com 475 mil carros emplacados em 2019, atrás apenas dos Estados Unidos.

A Mercedes-Benz estará em férias coletivas entre os dias 30 de março e 19 de abril, além de utilizar o banco de horas para dar folgas aos operários. 

O retorno está previsto para 22 de abril, mas a volta irá depender da situação do país, segundo a fabricante alemã. 

A empresa produz caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) e automóveis em Iracemápolis (interior de SP).

Outras montadoras devem anunciar ainda nesta semana seus períodos de parada. A situação é avaliada pelas diretorias no fim de cada dia.

A crise causada pelo coronavírus chega quando marcas lançam novos carros nacionais de grande volume. 

Entre os modelos mais recentes estão o Renault Duster 2021, feito em São José dos Pinhais, e a segunda geração do Chevrolet Tracker, que deixou de vir importado do México para ser montado em São Caetano do Sul (Grande São Paulo).

A pandemia reverte as expectativas de fabricantes que planejavam fechar 2020 no azul após anos seguidos de prejuízos. 

Investimentos feitos pelas montadoras a partir de 2012, que ultrapassam R$ 60 bilhões, ainda não foram recuperados.



O ESTADO DE SÃO PAULO
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