O portal Webmotors, braço do banco
Santander dedicado à negociação de veículos, fez uma pesquisa para
verificar se o consumidor brasileiro está interessado em adquirir um carro
ainda em 2019. O resultado mostra que sim.
Foram
ouvidos 4.572 potenciais compradores. Dos 3.109 entrevistados que já possuem um
automóvel, 79% afirmaram que pretendem fazer a troca neste semestre.
Entre
os que não têm um carro, 71% dizem que planejam comprar um veículo neste ano.
As entrevistas foram concluídas em julho.
O
público-alvo é composto por pessoas que, em algum momento, visitaram o site
Webmotors.
Entrar em uma página de classificados já demonstra interesse na
compra, mas o que a pesquisa destaca é a urgência em fechar negócio. Em
levantamentos anteriores, não havia tanta pressa.
Os
consumidores ansiosos por renovar a garagem provavelmente foram motivados pelos
lançamentos ou estão temerosos diante do envelhecimento de seus automóveis
atuais.
Eles se apegam aos fiapos de retomada econômica para tomar a decisão.
Segundo
os dados da Webmotors, cerca de 90% dos que estão dispostos a trocar de carro
neste ano querem comprar um zero-quilômetro.
A pesquisa não esmiúça faixas de
preço, mas podemos imaginar que esse público vai gastar, ao menos, R$ 45 mil. É
o valor inicial pedido por um carro 1.0 bem equipado.
Para
alcançar o objetivo, 39% dos entrevistados que buscam um veículo novo têm
certeza de que precisarão parcelar parte do valor.
Neste momento, a cautela
deve substituir a ansiedade.
As
seguidas quedas na Selic, que é a taxa básica de juros do país,
refletem no custo do dinheiro. Em tese, fica mais barato adquirir um
empréstimo, e o financiamento é exatamente isso. O veículo é a garantia dada ao
banco.
Porém,
não há muitas facilidades no mercado. A queda nos juros dos parcelamentos
automotivos está distante de acompanhar o que acontece com a taxa básica do
país, que atualmente está em 6%.
Há planos mais atraentes disponíveis, mas nem
sempre são oferecidos espontaneamente nas revendedoras.
Para
saber se o financiamento proposto pelo banco é o menos oneroso possível, vale
comparar as condições disponibilizadas agora a propostas antigas.
Simulações de
compra feitas no passado ou os parcelamentos anteriores podem servir de base
para essa análise.
Em
agosto de 2016, a Selic estava em 14,25%. Ou seja: um financiamento feito hoje
deverá custar menos do que o adquirido há três anos. Se a diferença for
irrisória, é preciso insistir na negociação.
O consumidor está ávido por
comprar, mas os lojistas estão ainda mais ansiosos para vender.
Todas
as financeiras trabalham com tabelas variáveis e pagam bônus aos vendedores que
conseguem empurrar as tarifas mais elevadas.
A
primeira oferta não deve ser aceita, mesmo que o vendedor afirme não haver mais
o que melhorar.
Com paciência e muita comparação entre diferentes revendedoras
e bancos, é possível fazer um negócio adequado ao cenário atual de juros.
Eduardo Sodré - jornalista especializado no setor automotivo