O economista João
Luiz Mascolo, professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Economia do
Insper e sócio da SM Managed Futures afirma que a reforma da Previdência é um
fim em si mesma, mas vai além dos velhinhos. "Do ponto de vista
macroeconômico, essa reforma é um meio. O papel da Previdência nas contas
públicas é fundamental. Se a expansão dessa despesa, a maior de todas, não for
contida, em algum momento não muito distante o investidor terá a percepção de
que haverá um calote na dívida pública ou uma espiral inflacionária",
afirma.
O economista entende
que a reforma das aposentadorias, hoje, representa confiança a conquistar.
"Sua aprovação é o passo mais importante do Brasil em direção às reformas
estruturantes. Sem elas, o crescimento não passará do voo de galinha visto
tantas vezes por aqui. Foi assim em 2010, no governo Lula. O PIB saltou 7,5% sem
que o governo fizesse nada estruturalmente. É claro que essa expansão não iria
longe." Mascolo explica que a reforma previdenciária não colocará a
economia em marcha de imediato, mas dará uma perspectiva mais positiva à dívida
brasileira que hoje está em torno de 78% do PIB. O Brasil precisaria obter um
superávit primário de 2,5% do PIB para estabilizar essa relação dívida/PIB.
A jornalista realça
com as suas palavras, dizendo que nada hoje é mais importante para o País do
que a reforma da Previdência: E, nada mais justo, quando as perspectivas
de crescimento sustentado tropeçam em gastos do governo com aposentados e
pensionistas. Previdência também estará no foco da elite financista reunida no
Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, que, nesta terça, acompanhará o
primeiro discurso do presidente do Brasil e do seu ministro da Economia, Paulo
Guedes, à comunidade internacional.
VALOR ECONÔMICO