BC coloca freio em avanço de bancos sobre plataformas de investimentos


O Banco Central autorizou a compra de parte da XP Investimentos pelo Itaú Unibanco, mas colocou um freio no avanço dos bancos sobre o mercado de plataformas de investimento

Em anúncio feito nesta sexta-feira (10), o BC informou que limitará a participação  do banco na XP em 49,9% do capital total e 30% do capital votante (ações ON, ordinárias).

Em 2022, nova análise será necessária pelo BC, e o Itaú poderá comprar mais 12,5% do capital total da XP, elevando sua participação para 62,4%. No entanto, seu poder sobre as ações com direito a voto não poderá superar 40%.

A restrição é mais rigorosa do que a levantada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para dar aval ao negócio, em março. E mostra que o BC agiu para evitar que os grandes bancos controlem um mercado em que começava a despertar a competição.

Empresas como a XP se destacaram nos últimos anos por “roubar” clientela dos bancos, oferecendo um cardápio variado de investimentos, reunindo opções de diferentes instituições em uma plataforma digital aberta, como um supermercado de investimentos.

O modelo, importado dos Estados Unidos, transformou o mercado de corretoras no Brasil, atraindo investidores de classe média para um segmento antes restrito a clientes de alto poder aquisitivo.

No último ano, a XP ampliou o número de clientes de 410 mil para 700 mil e hoje é a líder desse segmento, com cerca de 70% dos clientes que investem fora dos bancos. 

Ao comprar parte da XP, o Itaú entra nesse mercado, recuperando espaço entre os clientes que haviam optado pela desbancarização.



FOLHA DE SÃO PAULO
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