Reforma da Previdência 4


Desidratação reduz economia da reforma para menos de R$ 850 bilhões.

A proposta de reforma da Previdência foi aprovada, em primeiro turno, na Câmara dos Deputados. A votação foi concluída nesta sexta-feira (12), após a maioria do plenário confirmar mais mudanças no texto defendido pelo governo.

A conclusão da análise do tema, com a votação em segundo turno, deverá ficar para agosto, no dia 6, na volta do recesso parlamentar, segundo anunciou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Inicialmente, o governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), trabalhavam para concluir a tramitação na Casa ainda nesta semana.

Segundo cálculos do governo, a economia nas contas públicas com a atual versão da reforma aprovada em primeiro turno deve ser ficar próxima de R$ 900 bilhões em dez anos.

Pelas estimativas do economista Paulo Tafner, os dois de dias de desidratação com a votação dos destaques tiraram cerca de R$ 70 bilhões da economia prevista a partir do que constava do texto-base.

Tafner tem sido conservador. Enquanto os congressistas e o governo previram que a proposta final do texto-base pouparia perto de R$ 1 trilhão em dez anos, ele projetou um valor entre R$ 900 bilhões e R$ 920 bilhões. Agora, estima que as regras aprovadas no primeiro turno vão levar a uma economia entre R$ 820 bilhões e R$ 850 bilhões.

O economista conhece de perto esses números. Acompanhou as tentativas de reformas da Previdência na história recente do país e coordenou a elaboração da proposta do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga. Apesar da cifra inferior, Tafner considera que o país já saiu ganhando.

"Apesar da redução, a gente precisa lembrar que há apenas dois anos todo mundo estava feliz com um ganho próximo a R$ 420 bilhões”, afirma Tafner.



FOLHA DE SÃO PAULO
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