O velho cheque pré-datado é, cada vez mais,
uma lembrança que vai sumindo da memória. O meio de pagamento, que no passado
foi uma peça central da dinâmica do varejo, hoje caminha para o ostracismo.
Isso é o que se conclui de uma pesquisa do birô de crédito Multicrédito (antigo
Telecheque), obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O levantamento, com 3.000 empresas do
comércio pelo Brasil, revela que, atualmente, o cheque sobrevive principalmente
no interior do país e graças aos consumidores mais velhos.
Neste ano, seis em cada dez cheques na praça
saíram das mãos de clientes com mais de 40 anos (40% com mais de 50 anos). E
oito de cada dez emissões aconteceram em cidades do interior, onde ou o sistema
bancário é menos desenvolvido ou os comerciantes são mais resistentes ao uso
dos cartões de crédito e débito --que cobra uma porcentagem dos varejistas
sobre cada operação.
Outro dado do levantamento é que, enquanto o
uso do cheque cai, o valor médio por emissões aumenta. Quase 90% dos cheques
emitidos hoje correspondem a valores acima de R$ 1.000. "Há uma década, a
maior parte dos cheques não alcançava R$ 1.000", diz o diretor de produtos
da Multicrédito, Walter Alfieri.
ESTADO DE SÃO PAULO