Governo negocia
mudança em BPC na reforma previdenciária. Segundo líder no Congresso, relatório
deverá incluir pagamento a pessoas com doenças raras.
O presidente Jair
Bolsonaro discute com o Poder Legislativo mudanças no texto da reforma previdenciária que será levada ao
plenário da Câmara dos Deputados.
Após reunião, no
Palácio do Planalto, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann
(PSL-SP), disse que ficou acertada a inclusão do pagamento do BPC (Benefício de
Prestação Continuada) para pessoas com doenças raras.
Ela afirmou ainda
que haverá alterações nas regras para policiais federais, como o pagamento
integral da pensão por morte, ponto que havia sido alterado. Segundo ela, as
mudanças serão anunciadas no início desta semana pelo porta-voz da Presidência
da República, Otávio Rêgo Barros.
"Houve alguns
avanços em relação a algumas categorias policiais. A gente conseguiu atender
alguns pleitos, como o BPC para pessoas com doenças raras. E, no estica e puxa,
a equipe econômica já conseguiu ampliar as nossas contas", disse.
Segundo ela, mesmo
com as alterações, que diminuiriam a economia com a proposta, o Palácio do
Planalto discute outras mudanças que fariam a iniciativa retornar a um ganho
total de cerca de R$ 1 trilhão em dez anos, montante inicial programado pela
equipe econômica.
"A gente está
trabalhando nas mudanças, mas já houve um acréscimo de alguns bilhões do
relatório original para o modificativo. Nós estamos em uma expectativa boa
porque estamos muito próximos de R$ 1 trilhão", disse.
Joice reconheceu
que o texto enviado ao plenário não deve incluir estados e municípios, mas ela não descartou
a possibilidade deles serem contemplados por meio de uma emenda aglutinativa
caso prefeitos e governadores consigam reverter votos a favor da proposta.
"A ideia do
governo era de que eles estivessem dentro do texto. Mas, como não houve um
acordo, o que ficou definido é que se os governadores conseguirem entregar os
votos, podemos fazer em uma aglutinativa", disse.
Ela disse que a
meta do Palácio do Planalto é chegar à votação em plenário com uma margem de
apoio de 10% a 15% superior ao mínimo exigido para a aprovação da proposta, que
é de 308 votos.
A expectativa é de
que o relatório final seja votado na comissão especial até o final desta
semana, para que seja analisado em plenário antes do início do recesso
parlamentar, na metade de julho.
FOLHA DE SÃO PAULO