Nossas
estimativas indicam que a rentabilidade média dos fundos de pensão do país
atingiu 12% em 2019, representando um ganho real de 7,4% depois de descontada a
inflação do IPCA de 4,3%.
Tal desempenho também representou quatro
anos consecutivos de bons resultados para o sistema, uma vez que desde
2016 calcula-se que o retorno tenha sido de 7,0% ao ano acima da
inflação, superando, com boa margem, a taxa média de juro atuarial e principal
meta de retorno dos investimentos, estimada em 5,1% ao ano no período, diz em
artigo Jair Ribeiro, assistente da diretoria de investimentos da
Real Grandeza.
Os
resultados dos fundos de pensão foram inegavelmente bons, mas talvez não tenham
maximizado os ganhos recordes dos ativos financeiros no período, marcado por fatores
positivos como a queda dos juros, alta da bolsa e valorização do
real.
E isso pode fazer falta no futuro próximo.
Para
o autor do texto, não se pode deixar de, construtivamente, questionar se a
alocação estratégica dos últimos anos maximizou os ganhos excepcionais
proporcionados pelo mercado e se está preparada para enfrentar o cenário de
juros baixos.
Se
considerarmos que a participação em renda variável é um respeitável indicador
do grau de conservadorismo da alocação estratégica, a conclusão da análise pode
surpreender analistas e gestores do setor.
O nosso acompanhamento mostra que,
entre 2016 e 2019, a alocação média em renda variável dos fundos de pensão
passou de 5% para 8%, mas esse aumento se deveu tão somente ao efeito da
supervalorização das ações no período.
Em
média, os fundos de pensão venderam ao invés de comprarem ações no período, com
isso aumentaram o conservadorismo da alocação estratégica, quando o esperado
era exatamente o contrário.
VALOR ECONÔMICO