Líderes partidários da Câmara
dos Deputados resistem em incluir estados e municípios na reforma da
Previdência mesmo que isso seja feito em uma outra PEC paralela que vem
sendo desenhada no Senado.
PEC paralela começará a tramitar no Senado,
mas depois precisará passar pela Câmara, onde há resistência de deputados, que
não querem arcar sozinhos com o ônus político de aprovar a reforma
impopular. Primeiro vice-líder do PL (39 deputados) e presidente da
comissão especial que analisou a reforma antes de ela seguir para o plenário da
Câmara, o deputado Marcelo Ramos (AM) disse que, apesar de a PEC paralela não
atrapalhar o texto principal, não acredita, hoje, em chances de
aprovação.
Ainda não vejo clima
para aprovar isso na Câmara por conta de disputas locais e de professores e
policiais", disse Ramos, apesar de afirmar que vai trabalhar para
sensibilizar os colegas, caso a emenda seja aprovada no Senado. O líder do
Podemos (11 deputados), José Nelto (GO), diz que a PEC é natimorta.
Em artigo no mesmo jornal, o economista
Marcos Mendes resume: Os estados brasileiros estão
quebrados, de novo. Desde o início dos anos 1980 já foram vários
socorros da União, abrangendo bancos estaduais, dívida mobiliária e
dívidas bancárias, entre outras. Depois de o socorro sanear as finanças, os
estados sempre voltam à “política do pé na jaca”.
Apesar disso, o mesmo jornal em sua edição de
domingo mostrava que a despeito da crise orçamentária que se abateu sobre
todas as instâncias de governo, as despesas com servidores permaneceram em alta
nos últimos anos de recessão aguda seguida de semi estagnação da economia.
De acordo com dados
apurados pelo Tesouro Nacional, os gastos com os funcionários ativos de União,
estados e municípios aumentaram do equivalente a 12,3% do PIB, em 2014, para
13,6%, ou R$ 927,8 bilhões, no ano passado.
O patamar é o maior já medido pelas
estatísticas disponíveis —e é semelhante ao dos desembolsos nacionais com
a Previdência , que incluem aposentadorias dos servidores.
FOLHA DE SÃO PAULO