Segundo especialista, rombo da Previdência pública está no centro da
grave crise fiscal que os Estados atravessam e é um problema até maior que o
buraco do INSS; tema, porém, ainda não apareceu na agenda dos pré-candidatos à
Presidência
Em pouco mais de
dez anos, os gastos dos Estados com a Previdência dos servidores saltaram 111%
em termos reais (descontada a inflação), muito acima do crescimento econômico
do período, que ficou em 28%. Os desembolsos saltaram de R$ 77,3 bilhões em
2005 para R$ 163 bilhões no ano passado.
Para o economista
Raul Velloso, autor do levantamento, os números mostram que o rombo da Previdência pública é um problema muito mais grave do que o déficit do INSS, que
cuida da aposentadoria dos trabalhadores do setor privado.
O estudo de Velloso, que usou como base
informações prestadas pelos governos estaduais ao Ministério da Fazenda, traça
um cenário dramático para o futuro. Mas essa preocupação está longe da agenda
dos pré-candidatos à Presidência, que, pelo menos por enquanto, estão focados
apenas no INSS.
Para José Roberto Afonso, pesquisador do
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), porém,
“não faz o menor sentido” reformar o INSS e não tratar dos servidores
estaduais. “Tem de contemplar todas as esferas de governo, por razões de
igualdade, individual e federativa.”
O ESTADO DE SÃO PAULO