Ações da Embraer despencam 7,5% após acordo com Boeing ser cancelado.
Compra da área de aviação civil da
fabricante brasileira pela companhia americana era negociada desde 2017.
As ações da fabricante brasileira de
aviões Embraer caíram 7,5%, a R$ 7,66, nesta segunda-feira (27), após o acordo de compra da área de aviação civil pela Boeing
ser cancelado no sábado (25).
Os papéis chegaram a cair 16,5% pela
manhã, acionando o leilão de ações —paralisação das negociações do papel,
quando as ordens de compra e venda são suspensas por cinco minutos.
O leilão
pode ser acionado em diversos momentos do pregão, a depender da volatilidade do
papel.
Já o Ibovespa fechou em alta de 3,8%,
a 78.283 pontos, com o aceno do presidente Jair Bolsonaro ao ministro Paulo
Guedes (Economia), sinalizando sua permanência no governo.
No exterior, o dia também foi positivo e Bolsas americanas fecharam em
alta de mais de 1%.
O dólar, contudo, renovou o recorde nominal (sem contar a inflação)
com leve alta de 0,12%, a R$ 5,6680.
“Para a
companhia brasileira, a situação reforça nossa visão negativa, visto que os
pedidos de aeronaves continuam aquém do esperado e a joint venture com a Boeing
poderia trazer certo alívio financeiro para a companhia.
Com isso, não
descartamos uma possível necessidade de capitalização da companhia para
suportar o período adverso”, diz relatório da Guide Investimentos.
O anúncio de cancelamento foi feito pela Boeing,
que afirmou ter rescindido o contrato porque a fabricante brasileira não teria
cumprido todas as suas obrigações para executar a separação da sua linha de
aviões regionais.
"A Embraer acredita firmemente
que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA (Acordo Global da Operação) e
fabricou falsas alegações", diz nota da Embraer, que cita dificuldades
financeiras da Boeing, embora a empresa negue que sejam o motivo da rescisão.
FOLHA DE SÃO PAULO