A razão de
dependência —relação entre a população acima de 65 anos e a que tem entre 20 e
64 anos— é no Brasil de 13%. Sociedades com esse perfil gastam em geral entre
5% ou 6% do PIB com Previdência. Ou seja, nosso sobre gasto previdenciário é da
ordem de 8 a 9 pontos percentuais do PIB.
Nosso gasto é tão
superior ao das demais sociedades porque a taxa de reposição (valor do
benefício previdenciário como proporção da renda quando ativo) é próxima de
100% para uma parcela de 95% da população que trabalha.
Além da alta taxa
de reposição, o gasto é elevado pois a idade de concessão do benefício é muito
baixa.
Elevada taxa de
reposição e reduzida idade de concessão do benefício desestimulam a poupança
privada. Assim sendo, é irracional a constituição de poupança para a velhice.
Nosso sistema
previdenciário, além de onerar as contas públicas, desestimula a formação da
poupança. Consequentemente, a taxa básica de juros é muito elevada.
O leitor pode
achar estranho a taxa de reposição ser elevada e os valores dos benefícios
serem baixos. O que de fato é baixo é a remuneração média do trabalho no
Brasil, fruto da reduzida produtividade. Lembremos que uma hora trabalhada no
Brasil produz a quinta parte do mesmo tempo nos Estados Unidos, por exemplo.
A sensação de
segurança é o principal motivo para os brasileiros que investem aplicarem seu
dinheiro, revela pesquisa da Anbima encomendada ao Datafolha. Segundo o
levantamento, 54% da população que faz algum tipo de investimento prefere se
sentir segura do que acumular ganhos. Essa percepção é unânime em todas as
faixas etárias, classes sociais e níveis de escolaridade. A busca por retorno
financeiro aparece em segundo lugar entre as motivações para o investimento,
apontada por apenas 16% dos entrevistados —com predominância entre jovens de 25
a 34 anos e pessoas da classe A.
FOLHA DE SÃO PAULO