Depois de avanços tecnológicos, medicina deve mirar na empatia


Inteligência artificial e descentralização de exames já dão ideia de como deve ser o futuro

Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do maior bem de indivíduo —a vida— não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício permaneça essencialmente a mesma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.

O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o controle sobre o destino do paciente e mais a mediação, o desenvolvimento e a interpretação de tecnologias, incluindo a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.

De meados do século 20 até agora, concomitantemente à proliferação das especialidades e subespecialidades médicas, houve grande avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames, para ver, por exemplo, as células potencialmente cancerígenas do colo de útero no exame de Papanicolau, cálculos renais em tomografias ou ainda aferir a presença de anticorpos anti-HIV no sangue, indicando infecção pelo vírus —entre tantos outros.

Crescia o catálogo dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a esses exames. A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim se o médico não solicita exames. Isso num contexto em que o tempo de interação entre paciente e médico é diminuto —tudo para aumentar a eficiência, ou seja, o número de consultas por período. 



FOLHA DE SÃO PAULO
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