Na última reunião
no governo Michel Temer, comitê do Banco Central mantém Selic em 6,5% ao ano.
Na última reunião do ano, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco
Central) decidiu, pela sexta vez consecutiva, manter os juros básicos em 6,5%
ao ano, patamar que deve se manter até o segundo semestre do próximo ano.
Se esse cenário realmente se mantiver na próxima reunião, o presidente
do BC, Ilan Goldfajn, que sai do cargo em março, entregará ao seu sucessor,
Roberto Campos Neto, uma taxa Selic no nível mais baixo da história e por mais
tempo nesse patamar.
No comunicado que acompanha a decisão, tomada nesta quarta-feira (12), o
comitê reafirmou que o cenário atual pede a manutenção da taxa Selic no nível
vigente. Salientou que o patamar da inflação está em nível "apropriado e
confortável".
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"O comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente se
encontram em níveis apropriados ou confortáveis, inclusive os componentes mais
sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária."
Essa tranquilidade com a variação de preços no governo Michel Temer
transparece nas projeções dos analistas ouvidos pelo BC no boletim Focus: a
maioria acredita que os juros só voltarão a subir em setembro de 2019, para 7%
ao ano.
O principal risco a esse cenário é se o novo governo der, ao longo do
ano que vem, alguma sinalização de revés para a reforma da Previdência.
A perspectiva de uma longa estabilidade da taxa básica é consequência da
combinação de inflação controlada e atividade econômica fraca.
"É muito
difícil enxergar a atividade em um nível que pressione os preços antes de
2021", afirma José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
FOLHA DE SÃO PAULO