BRF: Petros e Previ confiam no potencial da empresa e fundo de Cingapura pode entrar comprando


Donas de 22,07% do capital da BRF, a Petros e a Previ perderam segundo O GLOBO cerca de R$ 1,2 bilhões nos dois últimos dias com a queda nos preços das ações da companhia, pela combinação da briga entre os sócios com o impacto da “Operação Trapaça” da Polícia Federal. Mas, destaca o VALOR ECONÔMICO, as duas entidades acreditam haver potencial para a recuperação da empresa.

“Nossos investimentos em BRF superam largamente todas as nossas métricas de referência, ficando acima da taxa atuarial, da taxa básica de juros e da valorização do Ibovespa, considerando todo o histórico do investimento”, disse através de nota o Diretor de Investimentos da Previ,  Marcus Moreira. A entidade têm 10,66% do capital da empresa, sendo que as 86,6 milhões de ações correspondem a 3,69% da carteira de renda variável da fundação.

Já a Petros detém 11,41% da BRF. “Apesar dos recentes resultados insatisfatórios,  a Petros acredita na qualidade e na solidez da BRF e de seus produtos e espera que esses problemas sejam episódicos e não alterem a história de sucesso da empresa no longo prazo”, afirmou a entidade em nota.  Mas, ouvido pelo jornal, um dirigente do grupo independente “SOS Petros”, Abdo Gavinho, defendeu a redução da exposição da Petros em ações da BRF para 2% ou 3%, que é o que recomendam as boas práticas de governança. Em 2017, o retorno proporcionado pela renda variável da entidade foi de 14,62%, abaixo, portanto, dos 26,86% do IBr X no período, em parte pela desvalorização dos papéis da BRF. O jornal relata que os investidores de modo geral estão analisando as perdas que ainda poderão vir e, de modo geral, tentam vender.

A propósito, ouvidas pelo O ESTADO DE S. PAULO, grandes redes de varejo estão prevendo a queda nas vendas das marcas da BRF nos supermercados, mas nada de muito dramático, uma vez que “os consumidores não têm tantas alternativas”. Afinal, BRF e JBS dominam perto de 80% do mercado de congelados.

A FOLHA DE S. PAULO por sua vez ressaltou que a BRF possui caixa para suportar os primeiros impactos da turbulência, mas o endividamento elevado chama a atenção. Ontem, a Moody´s rebaixou o rating dos papéis da companhia. A alavancagem financeira, que era de 4,6 vezes em 2016, subiu no ano passado para 5,6 vezes.

Mas, claro, há quem ganhe com tudo isso e o VALOR ECONÔMICO mostra isso. Enquanto as ações da BRF caiam quase 20% na última segunda-feira, acumulando desvalorização de 39% em 12 meses, alguns investidores comemoravam. São fundos de investimento que estavam apostando na queda dos papéis. Levantamento da Economática mostra que eram ao menos R$ 400 milhões em posições vendidas.

Mas, existe ainda um outro lado nessa história, de acordo com O ESTADO DE S. PAULO. São investidores atraídos pelos baixos preços do papel e que, como o fundo Temasek, veículo de investimento do governo de Cingapura, estudam entrar comprando fatias do capital da empresa.

 



Notícias Ancep
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br