Setor público
concentra funcionários 50+ nas grandes companhias do país
Estabilidade na
carreira de servidor permite longevidade no mercado de trabalho; empresas
privadas derrapam em políticas para contratação sênior, segundo estudo
Com frequência, as empresas acreditam que esses trabalhadores têm
dificuldades com tecnologia, são resistentes à mudança ou não estão muito
atualizados em relação ao mercado.
Darcy Hanashiro professora da pós-graduação em administração de
empresas do Mackenzie
Seis das dez
grandes empresas consideradas referência na inclusão de pessoas com 50 anos ou
mais em postos de liderança no Brasil são públicas.
Entre as privadas
que se destacam, quase nenhuma tem programas afirmativos voltados à contratação
deste grupo.
Os resultados são
do levantamento Diversidade nas Empresas, parceria da Folha com a FGV (Fundação
Getúlio Vargas).
A análise
considerou informações de idade dos formulários de referências da CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) declaradas pelas companhias de capital aberto de médio
e grande porte em2025.
Para Darcy
Hanashiro, professora do programa de pós-graduação em administração de empresas
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a maior presença de funcionários mais
velhos em empresas públicas não reflete uma preocupação das companhias pela
inclusão sênior.
“É um tipo de
emprego que garante essa estabilidade, mas não por conta de uma cultura
favorável à manutenção desses trabalhadores na empresa e sim por uma
característica do funcionalismo público: as pessoas não são mandadas embora e
envelhecem naturalmente.”
Para chegar à
lista das empresas referência em liderança sênior, os pesquisadores calcularam
a média ponderada dos percentuais de funcionários com50 anos ou mais em cargos
de liderança (com peso de 70%) e de não liderança (com peso de 30%).
O levantamento
destacou 20 organizações no total, divididas em dois grupos: dez de grande
porte (com 5.000 ou mais funcionários) e dez de médio porte (entre 100 a 4.999
funcionários).
FOLHA DE SÃO PAULO