Elevação dos custos na área da saúde


Aos dirigentes de entidades que administram planos de autogestão interessa saber que o Brasil é um dos países com maior índice de aumentos de custos de saúde.

Estudo encaminhado aos presidenciáveis pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que o Brasil só perde para o Equador.


A amostra com 60 países, feita com base em dados da consultoria internacional Willis Towers Watson, destaca o Equador com 12,3% na média anual de aumento de custos com assistência médica entre 2016 e 2018. No segundo lugar, o Brasil ficou com 10,9%, seguido por Canadá (10,7%) e Romênia (10,6%). A posição brasileira no ranking é distante de vizinhos como Chile, com 3,6%, e Colômbia (3,7%).

 

Os reajustes para planos coletivos empresariais seguem a variação do chamado custo médico hospitalar (VCMH). O estudo da CNI indica que nos últimos anos o VCMH tem ultrapassado em muito a inflação medida pelo IPCA. Entre 2008 e 2016 o VCMH subiu 238%. No mesmo período, o IPCA aumentou 75%. No ano passado, o IPCA fechou em 2,95%, e a variação do custo médico hospitalar, em 19,20%.  

 

Umas das mais fortes razões dos aumentos de custos, segundo analistas, vem dos desperdícios. Pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, com base em informações encaminhadas pelas operadoras à ANS, comparou a quantidade de alguns exames complexos realizados no Brasil com a média mundial. Em 2015, foram feitas no país 132 ressonâncias magnéticas para cada grupo de mil beneficiários da saúde suplementar. A média dos países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi de 52.

 

Não surgiram, ainda, no Brasil, casos de empresas que se uniram para criar uma operadora de saúde própria, como fizeram Amazon, JPMorgan Chase e Berkshire Hathaway no início deste ano. Mas já existem movimentos para unir o setor produtivo em torno do problema. Há um ano foi formado um fórum que reúne 18 empresas. No comando das reuniões do grupo estão a Associação Brasileira de Recursos Humanos e a Aliança para a Saúde Populacional, entidade que estimula os dirigentes das companhias a adotar a gestão de saúde. Há um grupo mais novo, porém maior, formado pela CNI, que reúne 44 grandes empresas do setor industrial.

 

Todas essas empresas têm se reunido para trocar experiências. Na maioria dos casos bem-sucedidos, as empresas criaram bancos de dados da saúde de funcionários.

Algumas têm médicos em cargos de gerência. E a maioria optou pela prevenção para evitar doenças ou antecipar diagnósticos antes que apareçam os primeiros sintomas.

 

Além do acompanhamento médico para tratar fatores de risco, algumas empresas têm incentivado a prática de exercícios físicos por meio de convênios com academias. Outras também oferecem, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), exames de rotina, como mamografia, em clínicas itinerantes, que circulam pelas fábricas. Grande parte também mudou cardápios, com a diminuição de sal e de açúcar nos alimentos servidos em seus refeitórios.



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