Longevidade 2: Em 4 anos, Curitiba terá mais idosos do que crianças. Mas a cidade está pronta para isso?


A previsão divulgada pela prefeitura foi feita pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que prevê que o número de pessoas acima dos 60 anos vai ultrapassar o total de crianças e pré-adolescentes com menos de 14 já em 2022. Serão 332,6 mil idosos — cerca de 17,16% da população da cidade — contra 330,8 mil crianças (17,07%).

Esse envelhecimento da capital é algo que já vinha se desenhando há algum tempo e que deve se tornar ainda mais evidente ao longo das próximas décadas. Para 2040, o Ipardes prevê que sejam 544,5 mil curitibanos na terceira idade — ou seja, cerca de um quarto de toda a população da capital e mais do que o dobro de sexagenários estimados pelo instituto em 2017.

Só que essa mudança de perfil traz à tona a preocupação sobre o tratamento que essa população tem recebido na cidade, seja com políticas públicas ou mesmo dentro de sua própria casa. Somente nos quatro primeiros meses de 2018, o Ministério da Saúde registrou 53 notificações de violência contra o idoso em Curitiba, sendo agressões físicas e negligência as ocorrências mais recorrentes.

E esse número fica ainda mais alarmante quando confrontados com outros dados da Fundação de Ação Social (FAS). Ao longo de todo o ano passado, os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) da capital acompanharam 1.398 idosos que sofreram violação de direitos, como privação patrimonial, isolamento e agressões. Desse total, 575 foram inseridos no programa de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), que cuida das situações mais críticas.



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