O setor de planos de saúde se
movimenta para aproveitar o momento político favorável e tentar reativar um
conselho governamental que poderá se sobrepor à Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), entidade responsável pela regulação desse mercado.
O objetivo é que os
conselheiros possam deliberar sobre reajustes dos convênios, regular e
fiscalizar operadoras, entre outras atividades que hoje são de responsabilidade
da agência.
A iniciativa das operadoras parte da
constatação de que o governo de Jair Bolsonaro tem se mostrado simpático à
desburocratização e desregulação de setores importantes para a economia. Neste
sentido, a ideia das operadoras é que o Conselho de Saúde Suplementar (Consu)
exerça um poder superior ao da ANS.
Uma fonte explicou que o assunto é visto como
uma pauta do ex-ministro Ricardo Barros (PP-PR), hoje deputado na Câmara
Federal, e não está entre as prioridades do atual mandário, Luiz Henrique
Mandetta (DEM-MS). Apesar disso, o tema conta com o entusiasmo do presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No mês passado, na estreia de seu podcast,
Maia disse considerar "importante que a gente tenha um novo marco legal da
saúde privada no Brasil.
Nós sabemos que Municípios
Estados estão falidos (...). Se a gente criar uma regulamentação ou até uma
desregulamentação do setor privado, nós poderemos ampliar a base de brasileiros
segurados de 40 milhões para 70 milhões, o que reduz a pressão sobre o
SUS."
Uma das mudanças propostas é que os usuários
de planos individuais poderão ter reajustes diferenciados conforme seu perfil,
região e histórico de uso. As operadoras querem que os reajustes dos
planos passem a ser calculados também com base na nota técnica do usuário -
trata-se de um indicador que leva em consideração o perfil de cada beneficiário
e calculado com base numa complexa conta atuarial. Trocando em miúdos: como a
nota técnica leva em consideração as características de cada pessoa, o reajuste
passa ser diferenciado
VALOR ECONÔMICO