Presidente
do BC diz que inadimplência não preocupa e cita contribuição do FGTS.
Segundo Campos Neto, valor recuou
0,2% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês do ano anterior
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto,
afirmou nesta terça-feira (28) que a inadimplência não preocupa o governo neste
momento e que a liberação de recursos do FGTS contribuiu para
que o indicador de endividamento terminasse o ano em queda.
De
acordo com os dados apresentados por Campos Neto durante palestra na Latin
America Investment Conference 2020, evento promovido pelo banco Credit Suisse, a inadimplência recuou
0,2% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo
Campos Neto, embora o efeito do FGTS, que ajudou alguns consumidores a quitarem suas dívidas, possa estar
“poluindo” um pouco os dados, no sentido de melhorá-los, a inadimplência não é
vista neste momento como uma preocupação pelo BC.
O
presidente do BC falou também sobre o futuro do sistema financeiro e disse haver
espaço para que grandes bancos e fintechs possam se complementar a oferta de
serviços a um público cada vez maior.
“Como
é que eu vejo o sistema lá na frente? Eu vejo uma coisa instantânea,
interoperável e aberta. Significa maior bancarização, menor custo de
intermediação financeira, maior especialização.
Os bancos provavelmente no
futuro não vão fazer de tudo, vai ter alguma coisa que vai ter alguma fintech
que vai ocupar aquele espaço”, afirmou.
“A
minha visão é que a bancarização ainda vai crescer muito, dá para aumentar
muito a função de intermediação financeira e, no final, a gente vai ter uma
torta muito maior. Talvez os bancos grandes tenham um pedaço menor, mas de uma
torta muito maior.”
Disse
ainda que o open banking será importante para retirar
uma importante barreira de entrada nesse mercado, que é a falta de informação
sobre os clientes por parte dos novos entrantes.
Segundo o presidente do BC, ter um monte de agências deixou
de ter valor, porque o mundo virou digital, e nenhum banco consegue hoje
sobreviver mais sendo plataforma fechada.
Mas a questão da barreira de
informações persiste.
FOLHA DE SÃO PAULO