FGV - ICS segue no menor nível do ano


O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,8 ponto em julho, após quatro quedas consecutivas. Com o resultado, o índice atingiu 87,5 pontos, segundo menor nível do ano. Em médias móveis trimestrais, o resultado ainda mostra tendência de queda nos últimos meses, informou hoje o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa é um importante indicador antecedente do comportamento do setor nos próximos meses ao revelar o que pensam os empresários e pode ainda ter reflexos da greve dos caminhoneiros no fim de maio e que teve desdobramentos nos meses seguintes, e da incerteza eleitoral.

A reação da confiança do setor de serviços em julho não foi suficiente para compensar a perda verificada em junho, afirma Silvio Sales, consultor da FGV. Se na leitura das empresas sobre a situação corrente houve uma recuperação, a percepção sobre os próximos meses manteve a trajetória negativa. Assim, o início do segundo semestre mostra que as empresas vislumbram um cenário de recuperação ainda muito tímida, o que deve estar relacionado à frustração com o fraco desempenho corrente e à elevada incerteza associada ao processo eleitoral,  analisa.

Apesar do recuo da incerteza neste mês, após a forte elevação observada na leitura anterior, o indicador se mantém acima do patamar de incerteza elevada (acima de 110 pontos), observa o Bradesco em relatório. “Olhando para frente, avaliamos que a confiança tende a continuar melhorando nos próximos meses, porém de forma muito gradual, compatível com uma trajetória de recuperação moderada da atividade econômica.”

# Melhora em 9 das 13 categorias

Houve alta da confiança em 9 das 13 principais atividades pesquisadas. O Índice da Situação Atual (ISA-S) avançou 1,6 ponto, devolvendo a queda de junho, para 86,7 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-S) se manteve relativamente estável ao variar -0,1 ponto, para 88,6 pontos, menor nível desde dezembro de 2016 (83,0 pontos).

A maior contribuição para a alta do ISA-S em julho veio do indicador que avalia a Situação atual dos negócios, que avançou 2,7 pontos, para 88,1 pontos, recuperando as perdas de maio e junho. Dentre os quesitos que compõem o IE-S, o indicador que mede a Demanda para os próximos três meses foi o único a contribuir para a queda, ao recuar 2,6 pontos, para 87,9 pontos, o menor nível desde setembro de 2017 (87,3).

# Ociosidade aumentou

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) do setor de Serviços, que havia atingido o menor nível da série histórica em junho, recuperou 0,6 ponto percentual (p.p.) em julho, para 81,7%.

# Recuo das expectativas em relação à demanda

Nos últimos dois meses, o declínio da confiança do setor de serviços vinha refletindo não só a deterioração da percepção das empresas sobre a situação corrente, mas sobretudo o movimento de calibragem das expectativas, diz a FGV.

Entretanto, em julho o sinal positivo do ICS foi influenciado pela situação atual. Mesmo assim, esse indicador simplesmente devolveu a queda observada em junho, fortemente influenciada pela paralisação de 11 dias no transporte rodoviário de carga no país.

# Quinta queda das expectativas

Pelo lado das expectativas, a FGV destaca a quinta queda consecutiva do indicador. Em julho, é o indicador de Demanda para os próximos três meses que pressiona negativamente a trajetória do IE-S, reforçando os sinais de uma demanda bem fraca, já presente nas avaliações sobre a situação corrente. A estagnação do mercado de trabalho e a maior cautela das famílias e empresas nas suas decisões de consumo e investimento travam o ritmo da retomada econômica, e são especialmente importantes para o setor de serviços, que depende basicamente da demanda doméstica.

No movimento do indicador em julho, predomina uma sinalização de cautela das empresas em relação às expectativas de recuperação do setor de serviços em meio ao atual cenário do país. Há uma redução na proporção de empresas prevendo aumento da demanda nos próximos três meses, de 33,4% para 32,2%, mas também na parcela das que esperam que a demanda diminua, de 12,3% para 11,5% do total; ampliando assim a proporção das empresas que percebem uma estabilidade na (fraca) demanda.

A pesquisa coletou informações de 2005 empresas entre os dias 02 e 25 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem de Serviços ocorrerá em 29 de agosto de 2018.



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