O otimismo pode perdurar mais do que alguns
dias e semanas. Por exemplo, o embate político em torno da reforma da
Previdência e a desvalorização recente da bolsa brasileira não alteraram o
otimismo do chefe de investimentos do private banking do Itaú, Nicholas
McCarthy. Sua avaliação é feita com base em fundamentos, não em
posições táticas que consideram a volatilidade diária.
Para o Itaú, havia um otimismo exagerado no
mercado sobre a velocidade e a tranquilidade com que ocorreria a votação,
desconsiderando a fase inicial de aprendizado do novo governo. "Os
eventos recentes não mudam minha percepção sobre o Brasil. O dia a dia é essa
discussão de passou, não passou, tuíte pra cá, tuíte pra lá, mas o foco está no
fundamento", diz.
A avaliação é que o Brasil tem hoje políticas
monetária e macroeconômica prudentes, e empresas que fizeram ajustes de tamanho
e endividamento durante a recessão e, por isso, tendem a voltar a crescer. O
presidente de um outro banco também deu a sua opinião, se dizendo
desapontado com o desempenho do presidente Bolsonaro até aqui.
"Esperava que ele fosse liderar e
negociar [para a aprovação da reforma], mas isso não está acontecendo.
" Em vista disso, nos últimos dias
passou a temer pela reforma da Previdência. "Ser irredutível não dá certo.
Não é assim que se dirige uma empresa e não é assim que se governa um
país.".
VALOR ECONÔMICO