Redução drástica
de alíquota de importação, proposta por equipe econômica de Temer, foi revista.
Em um esforço para aprovar a reforma da Previdência, a equipe
econômica está desacelerando a prometida abertura comercial, um dos pilares da
política econômica do ministro Paulo Guedes.
Em conversas com empresários, Guedes vem pedindo apoio para convencer
parlamentares em prol da reforma.
Os interlocutores ficaram com a impressão de que a Previdência tem hoje
o monopólio da atenção do ministro, o que significa uma trégua aos setores que
temem os efeitos da concorrência internacional em seus negócios.
Um sinal são os estudos que estão sendo feitos pelo governo para reduzir
a velocidade de corte das alíquotas de importação
no setor de máquinas e equipamentos, uma das primeiras atividades no alvo da
abertura comercial.
Os estudos ainda
não foram concluídos, mas uma opção é suavizar o corte no curto prazo, deixando
a queda mais forte para uma etapa posterior.
A antiga equipe
econômica apoiava movimento inverso: redução imediata de 14% para 10% e cortes
adicionais até chegar a 4% em três anos.
No novo formato, a
redução inicial seria menos drástica, acelerando depois até a mesma linha de
chegada (4%).
A Camex, conselho
interministerial responsável por esta decisão, está sendo redesenhada no
governo de Jair Bolsonaro em razão da fusão do Ministério da Economia. Esse
processo não deve ser concluído antes da segunda quinzena de fevereiro.
Com a suavização
da abertura no setor de máquinas, o governo busca desmontar a resistência do
empresariado, sinalizando que vai avançar na redução do custo de produção no
Brasil. Ao mesmo tempo, tenta garantir o engajamento do setor privado
pela aprovação da reforma da Previdência.
FOLHA DE SÃO PAULO