A taxa de
investimento no Brasil está no menor nível em pouco mais de 50 anos,
evidenciando a fraqueza dos gastos no país com máquinas e equipamentos,
construção civil e inovação. Na média dos últimos quatro anos, a taxa ficou em
apenas 15,5% do PIB - um percentual tão baixo só é encontrado na média dos
quatro anos até 1967, segundo estudo dos economistas Marcel Balassiano e
Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
(Ibre/FGV). "Reverter esse quadro é fundamental para que a economia possa
reagir e crescer mais e, com isso, aumentar a geração de empregos", dizem
eles.
Balassiano dá uma
medida de como o Brasil investe pouco ao notar que, em 2018, 152 países de uma
amostra de 172 economias tiveram uma taxa de investimento superior à
brasileira, ou seja, 88,4% do total. Os números são do Fundo Monetário
Internacional (FMI). No ano passado, a FBCF ficou em 15,8% do PIB. Segundo ele,
a taxa média global ficou um pouco mais de dez pontos percentuais do PIB acima
da do Brasil, em 26,2% do PIB. Com uma baixa taxa de investimento, o país
tem pouca capacidade de crescer a um ritmo mais forte de modo sustentado.
Em relatório, a
economista Priscila Trigo, do Bradesco, aponta quatro fatores
"conjunturais e estruturais" para explicar por que o atual ciclo de
retoma do investimento está aquém dos anteriores: a elevada ociosidade da
economia; as incertezas em relação às reformas fiscais; a queda do investimento
público; e o fato de que a lenta recuperação da economia limita o investimento
privado.
VALOR ECONÔMICO