SP e RS devem
liderar já reforma da Previdência nos estados, diz especialista. Para
Fabio Giambiagi, eleições em 2020 dificultam aprovação de PEC paralela e ficar
à espera é arriscado
São Paulo e Rio Grande
do Sul precisam liderar a reforma previdenciária nos estados assim que a nova
lei federal for aprovada pelo Congresso, defende o economista Fabio Giambiagi,
que há 26 anos estuda contas públicas e Previdência Social.
Os governadores paulista e gaúcho, afirma, mostram “grau de controle
importante” da agenda legislativa estadual.
“Se esses dois
estados-chave derem o tom, outros seguirão atrás, até mesmo copiando os termos
das propostas.”
Outra solução terá
que ser dada para os regimes municipais. “Definitivamente não há
a menor condição de os municípios fazerem suas próprias reformas”, afirma.
Para ele, é um
risco fiar-se na aprovação da emenda paralela que, sob coordenação do senador Tasso
Jereissati (PSDB-CE), incluiria estados e municípios nas novas
regras.
“Por que deputados
que eram contra incluir os estados agora, por razões eleitorais locais,
mudariam de ideia em 2020, mais perto das eleições municipais?”, questiona.
Mesmo com a
aprovação do atual texto em tramitação, porém, ele estima que o tema deve
voltar ao Congresso em 2027: a despesa continuará crescendo, e o gatilho que aumentava automaticamente a
idade mínima foi retirado da reforma.
O economista
também sugere que no futuro se criem políticas para amparar a faixa dos 60 aos
65 anos e diz que as novas gerações precisam se preparar para ter o próprio
plano de saúde e previdência. “È um desafio mundial.”
FOLHA DE SÃO PAULO