Ato unificado de
centrais tem vaias a líderes sindicais. Greve geral programada
para 14 de junho não é consenso entre entidades
Apesar de terem
promovido pela primeira vez um ato único para celebrar o 1° de maio, líderes das centrais sindicais
tiveram seus discursos vaiados em alguns momentos durante a festa, realizada no
vale do Anhangabaú, em São Paulo.
As falas no palco
foram feitas antes dos shows musicais programados para o ato, e duraram cerca
de uma hora e meia. Presidentes de Força Sindical, UGT, Intersindical e CTB
ouviram vaias pontuais por simpatizantes de outras centrais de maneira pontual.
A maioria deles
defendeu uma greve geral programada para 14 de junho.
A UGT, segunda maior central, porém, não apoia a paralisação. "Sou contra
a greve geral, sou a favor do diálogo, por isso fui falar com o Bolsonaro. Acho
que greve é um instrumento constitucional, mas só deve ser utilizada quando o
diálogo for exaurido", disse Ricardo Patah, presidente da central.
A hostilidade do
governo aos direitos trabalhistas favoreceu a união de todas as centrais
sindicais, segundo Vagner Freitas, presidente da CUT.
Ele veio vestido
de branco e com uma camiseta com foto do ex-presidente Lula e os dizeres
"Lula Livre" na estampa.
"A pauta é
única, contra a reforma previdenciária", diz.
O presidente da CUT criticou a posição de Bolsonaro sobre a crise política na
Venezuela.
"Vim de
branco porque o Brasil é um país de paz. O governo não deve estimular a
violência contra o povo venezuelano. A Venezuela é um problema da Venezuela e
tem que ser resolvido democraticamente pelos próprios venezuelanos",
disse a jornalistas.
Para o
secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, é preciso reformar
a Previdência, mas ele critica a proposta de Paulo Guedes.
"O que nos
interessa é que essa revisão não prejudique os mais pobres. Esse projeto [do
governo] não respeita o valor do salário mínimo e não mexe em privilégios de
servidores e militares. Vamos ver se ele vai ser macho com desembargadores e
não só falar grosso com quem é mais pobre."
FOLHA DE SÃO PAULO