Para chefe da área de mercados emergentes do banco,
PIB em 2020 ainda fica perto de 1%.
A volta do investidor estrangeiro para a economia
brasileira depende mais do desempenho de países como China, Índia e África do
Sul, do que da reforma da Previdência, avalia
economista Cesar Maasry, que comanda a área de mercados emergentes do
banco americano Goldman Sachs.
“O cenário
doméstico não é o fator mais importante para o fluxo estrangeiro, e sim o
cenário global e o apetite por risco em emergentes. É necessário que haja a
perspectiva de que o ciclo de crescimento esteja no meio e não do fim”,
afirma Maasry.
Para Maasary, a
reforma da Previdência pode trazer mais fluxo estrangeiro, mas não é o
principal componente para a retomada da economia, assim como o corte na taxa
básica de juros.
Segundo o boletim Focus desta segunda-feira (22),
a taxa Selic deve terminar o ano a 5,5%. Hoje, a taxa é de 6,5%.
“Os mercados estão muito focados em um corte na Selic, mas isso não é o
suficiente. Incentivos fiscais são necessários para a recuperação econômica”,
afirma.
O economista,
inclusive, tem a expectativa de crescimento para o país em 2020 no patamar de
1%. Em maio deste ano, a previsão do PIB (Produto Interno Bruto) oficial do banco era de 2,8% para
2020 e de 1,2% para 2019.
“No caso do
Brasil, a economia depende da atividade econômica, preços da commodities e
condições financeiras e apenas um está funcionando para o Brasil no momento,
que são as commodities. Isso que me preocupa na economia não crescer”.
A projeção é mais
modesta do que a média do mercado. Segundo o Focus, a expectativa para 2020 é de
crescimento de 2,10%.
O Ibovespa também
não anima o banco. Para o Goldman Sachs, a meta para o Ibovespa é de
106 mil pontos, patamar atingido durante o pregão em 10 de julho. Com o
objetivo alcançado, a indicação para a Bolsa brasileira do banco se
torna neutra.
Desde o pico, com
aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos
Deputados, o índice tem operado na casa dos 103 mil pontos.
Segundo Maasary,
um nível mais alto seria possível apenas com o crescimento da economia. Algo
que não está no panorama por enquanto.
Para a China,
maior parceiro comercial do Brasil, o banco prevê que a desaceleração no
crescimento continue. Neste ano, o país deve crescer cerca de 6%. Em 2020,
5%.
FOLHA DE SÃO PAULO