Governo manda
ministérios liberarem lote extra de emendas a fiéis à reforma. Deputado
favorável à Previdência terá R$ 10 mi por apoio na comissão e mais R$ 10 mi no
plenário
O governo abriu
nesta quarta-feira (26) o sistema digital de vários ministérios para liberar
lotes extras de emendas a deputados que aceitarem votar a favor da reforma da Previdência.
Pelo acerto, confirmado pela Folha com vários parlamentares, serão R$ 10
milhões a mais por congressista que apoiar o governo na comissão especial da
Câmara e outros R$ 10 milhões extras no plenário.
O presidente Jair Bolsonaro sempre criticou o que chama de “toma lá dá cá” na
relação com o Congresso Nacional.
A abertura do sistema nos ministérios significa,
tecnicamente, dar acesso remoto aos congressistas e prefeitos às rubricas
específicas em que eles podem direcionar verbas do Orçamento.
Esses
recursos podem ser destinados a obras e investimentos em redutos eleitorais,
como recapeamento de ruas, construção de quadras esportivas e creches.
Com a
abertura do sistema, deputados podem destinar recursos para ações de fomento da
agricultura, de saúde e de educação, entre outras.
Normalmente,
cada um dos congressistas já tinha direito a apesentar R$ 15,4 milhões em
emendas ao Orçamento de 2019, que é um valor de execução impositiva, em quase
sua totalidade.
A verba,
cujo processo de liberação começou nesta quarta, é um dinheiro extra, que vinha sendo oferecido pelo
ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) como moeda de troca
pelo apoio dos congressistas.
A Casa
Civil afirma que a abertura do sistema e o calendário para cadastramento de
emendas parlamentares é escolha de cada ministério.
FOLHA DE SÃO PAULO