O novo presidente de Furnas, o engenheiro Luiz Carlos Ciocchi,
disse ser a favor da privatização da empresa e que isso pode ser feito com a
venda de ações da companhia em Bolsa.
Luiz Carlos Ciocchi sugere que modelo seja o da BR Distribuidora, que vendeu
ações em Bolsa.
Furnas é uma subsidiária da Eletrobras, maior empresa de energia da América
Latina.
“Vejo
com bons olhos a capitalização, pela oportunidade e musculatura que pode trazer
à empresa. É uma saída inteligente e fácil do ponto de vista operacional.
A venda da BR [Distribuidora, subsidiária da
Petrobras] foi fácil, uma simples venda de ações na Bolsa”, disse Ciocchi em
encontro com jornalistas nesta terça-feira (30)
A privatização da BR Distribuidora ocorreu em 24
julho, após a Petrobras vender o equivalente a R$ 8,6 bilhões em ações da
subsidiária de postos de combustíveis.
A BR Distribuidora, porém, já tinha
ações negociadas em Bolsa desde 2017, o que tornou a privatização relativamente
mais simples.
O
presidente de Furnas elogiou o modelo de venda da BR, mas não afirmou que iria
seguir.
Segundo ele, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, comentou
que, antes, deverá passar pelo Congresso, o que não aconteceu com a
distribuidora da Petrobras.
Frentes
parlamentares contra a privatização de empresas de energia elétrica têm atraído
políticos de diversos partidos, entre eles parlamentares do PSL, partido do
presidente Jair Bolsonaro, cujo governo tem preparado planos que podem levar à desestatização da Eletrobras.
Nos anos 90, Furnas foi a empresa onde travaram
os planos do então presidente Fernando Henrique Cardoso para privatizar partes da Eletrobras.
Na ocasião, FHC
buscava um programa de desestatização no setor elétrico, mas sofreu resistência
política e corporativa.
Hoje, Furnas
conta com 21 usinas hidrelétricas (quatro próprias, seis sob administração
especial, duas em parceria com a iniciativa privada e nove sob a forma de SPEs),
três parques eólicos em SPEs e duas térmicas convencionais. Em transmissão, a
empresa conta com 29 mil km de linhas de transmissão.
FOLHA DE SÃO PAULO