Os fundos de
investimento que se dedicam a comprar títulos de crédito privado estão em alta,
mas especialistas mostram alguma preocupação com o fato de eles estarem se
expandindo em bases que não são as mais adequadas. A maior parte das carteiras
que surge oferece aos investidores liquidez imediata. Ou seja, após um pedido
de resgate, o pagamento dos recursos é feito no mesmo dia da solicitação ou no
dia seguinte. A indústria cresce assim apesar de o mercado secundário, onde
esses papéis são negociados, ter liquidez ainda bastante reduzida, trazendo
risco para o gestor que precisar vender os títulos para honrar resgates.
Essas carteiras
investem em títulos de dívida corporativa, principalmente debêntures. São
papéis que prometem o pagamento de rendimentos mensais por um prazo cada vez
mais longo, mas o investidor está entrando na aplicação com a cabeça de
liquidez imediata.
Um levantamento
feito pela Quantum Axis, a pedido do Valor, mostra que fundos que têm na carteira
entre 50% e 60% de crédito privado somam hoje patrimônio de R$ 32,3 bilhões e
72% desse total está em produtos com resgate em até um dia. No caso dos fundos
que destinam entre 60% e 70% para dívida corporativa, do patrimonio total de R$
118,3 bilhões, 81,5% estão em opções com resgate imediato
VALOR ECONÔMICO