LONGEVIDADE


Estudo aponta que em 30 anos idosos fora do mercado de trabalho serão 40% da população.

Segundo levantamento, previdência brasileira está em 43º lugar em ranking mundial.

envelhecimento da população é um fenômeno global. 

O Brasil segue a tendência e, cada vez mais, o número de pessoas acima de 60 anos cresce no país.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 32,8 milhões de idosos no país, 15,8% a mais que em 2015.

Segundo Relatório Global de Sistemas Previdenciários de 2020, feito pela seguradora Allianz, a taxa de idosos fora do mercado de trabalho pode chegar a 40% em 2050 no Brasil. Atualmente o percentual está entre 10% e 15%.

O aumento da expectativa de vida demanda preparação, especialmente para a aposentadoria. 

O estudo comparou os sistemas previdenciários de 70 países, e o Brasil está em 43º lugar no ranking.

O indicador leva em conta, principalmente, a adequação e sustentabilidade do programa e dá notas de 1 (a melhor) a 7 (a pior).

Previdência brasileira ficou com 3,98 pontos. A Suécia, que está em primeiro lugar, ficou com 2,91. O Líbano apareceu em última colocação (5,45).

A economista sênior da área de pesquisa da Allianz, Michaela Grimm, afirmou que o envelhecimento da sociedade coloca sob pressão sistemas previdenciários, especialmente os de repartição, em que a contribuição dos trabalhadores é usada para pagar as aposentadorias, caso do Brasil.

"Com menor número de contribuinte por beneficiário, é preciso subir as taxas de contribuição ou de subsídios do governo para o sistema previdenciário, o que aumenta a carga especialmente sobre a geração mais jovem", disse.

Em sua opinião, a pandemia do novo coronavírus evidenciou a fragilidade da população idosa.

"A Covid-19 colocou a vulnerabilidade dos idosos em destaque. Aposentadoria significa mais do que uma pensão adequada, o acesso a serviços de saúde e de assistência é igualmente importante", afirmou.

A pesquisa também mostra que o Brasil é o terceiro país do mundo com a maior taxa de contribuição para aposentadoria na Previdência pública, com pouco mais de 30% da média salarial. 

Por outro lado, apenas pouco mais de 10% dos brasileiros com mais de 25 anos guarda dinheiro pensando na aposentadoria.

Mesmo com uma das maiores cargas de contribuição, o Brasil paga aproximadamente 60% de uma renda média para o aposentado.

"Esse desequilíbrio na Previdência evidencia a desordem administrativa, a má distribuição das receitas do Estado.

Mostra que falhamos no projeto de bem-estar social, formulado no passado e que hoje está muito aquém do que seria desejável", disse Boucinhas.

Para ele, o baixo desempenho da Previdência se soma a outros indicadores ruins.

"Não estamos ruins só nesse quesito, mas em IDH [Índice de Desenvolvimento Humano], nos rankings de educação, em praticamente todos os indicadores relacionados ao bem-estar social", disse.



FOLHA DE SÃO PAULO
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