Para os gestores de entidades
fechadas, que por força da nova norma são agora levadas a investir
indiretamente no segmento, a notícia informando que a combinação de juros
baixos com uma menor taxa de vacância em imóveis comerciais e um ambiente político
menos incerto alavancou a oferta de fundos imobiliários este ano no Brasil. Até
ontem, R$ 10,2 bilhões em ofertas de cotas deste tipo de fundo haviam sido
registradas na CVM. O montante já é quase duas vezes superior ao total de
ofertas autorizadas pela autarquia em 2017 (R$ 5,24 bilhões). É também o maior
nível registrado desde 2013.
O interesse pelos fundos
imobiliários está diretamente ligado ao aumento da procura deste produto
financeiro. No período de 12 meses encerrado em setembro, o número de
investidores em fundos imobiliários aumentou 65%, saltando de 107,7 mil para
177,98 mil, de acordo com dados da B3. O fato de a taxa básica de juros (Selic)
estar em seu menor nível histórico - 6,5% ao ano - funciona como um atrativo
natural para a captação de recursos através desse tipo de produto. "Hoje,
você consegue aplicar em fundos imobiliários que rendem entre 6% e 7% ao ano,
em taxas líquidas, ou até mais", diz Edson Ferrari, diretor para as áreas
de mercado de capitais e gestão de ativos da consultoria CB Richard Ellis,
referindo-se ao ganho com dividendos distribuídos.
Para efeito de comparação,
Ferrari lembra que um fundo de renda fixa referenciado DI que proporcione um
rendimento de 6,5% ao ano paga ao investidor 5,2% líquidos, depois de
descontado o Imposto de Renda (IR). No caso dos fundos imobiliários, o
rendimento é líquido, fruto de dividendos.
É a melhora nas regiões de
maior apelo para os inquilinos corporativos que vem motivando o lançamento de
aplicações lastreadas em imóveis.
VALOR ECONÔMICO