Com superministério de Paulo Guedes, órgãos colegiados mudarão


Para técnicos do atual governo, a fusão tornará a Camex, por exemplo, sem sentido.

O CMN (Conselho Monetário Nacional) e a Camex (Câmara de Comércio Exterior) precisarão ser recompostos no novo cenário de um superministério da Fazenda sob o comando de Paulo Guedes.

O Ministério do Planejamento e o da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) deverão ser absorvidos pela Fazenda na gestão Jair Bolsonaro.  Para técnicos do atual governo, a fusão tornará a Camex sem sentido, ainda que pastas não extintas permaneçam nela, com representantes da Agricultura e da Casa Civil.

Os votos do Mdic e da Fazenda costumam ser centrais, pois representam interesses distintos e, às vezes, antagônicos. Se o primeiro deixar de existir, não haverá a ponderação considerada pelos técnicos essencial para as deliberações dentro da câmara. As decisões desse órgão são referentes ao comércio exterior, inclusive ao turismo.

O CMN, que entre outras atribuições, decide a meta anual de inflação, pode passar a contar com dois membros: o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central.

A nova equipe tem uma visão diferente de como conduzir política monetária, e a forma como isso vai tramitar deverá ser alterada, segundo outros técnicos do governo. Para uma parcela de analistas, a diminuição de membros não deverá ter implicações, diz Eduardo Velho, economista da consultoria GO Associados.

“O importante no CMN é a ideia de que o BC é peça autônoma da política monetária.”

Para outros, é possível que haja disputas entre os dois conselheiros que fiquem empatadas pela falta de um terceiro voto de minerva.



FOLHA DE SÃO PAULO
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