Dívida pública passa marca de 80% do PIB e já
supera projeção para 2020.
Setor público tem
déficit de R$ 131,4 bi em maio, pior resultado da série história.
A piora nas contas
públicas e a maior emissão de títulos levou a dívida bruta do governo geral a
chegar ao recorde de 81,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Essa é a
primeira vez que o indicador ultrapassa a barreira de 80%.
O valor representa
um aumento de 2,1 pontos percentuais do PIB em relação ao mês anterior e supera
as projeções para o ano feitas pelo Ministério da Economia antes da chegada da
pandemia do coronavírus ao Brasil.
Relatório publicado em fevereiro pela pasta
apontava que a dívida bruta do governo geral subiria a 77,9% do PIB em 2020 e
78,2% em 2021.
Um maior endividamento está sendo projetado diante
da perspectiva de um déficit primário acima de R$ 700 bilhões neste ano, rombo
gerado pelas reduções de receitas ligadas à menor atividade e também pelas
diferentes medidas do lado das despesas anunciadas pelo governo para mitigar a
crise.
Os números divulgados pelo BC nesta terça mostram que o setor
público consolidado (que reúne governo central, estados, municípios e estatais)
registrou déficit primário de R$ 131,4 bilhões em maio.
O resultado é o pior
mês de toda a série histórica iniciada em 2001.
O
governo central (que reúne o Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco
Central) teve resultado negativo de R$ 127,1 bilhões e os governos regionais
tiveram déficit de R$ 4,8 bilhões.
Já as empresas estatais registraram
superávit de R$ 422 milhões.
No
acumulado do ano, o déficit primário do setor público consolidado atingiu R$
214 bilhões, frente a um superávit de R$ 7 bilhões no mesmo período do ano
anterior.
FOLHA DE SÃO PAULO