Governo espera que
3.000 funcionários da União optem pela troca de regime
A apresentação de proposta de reforma da Previdência com regras mais duras para servidores abriu uma
corrida de funcionários públicos em busca de migração para o sistema de
capitalização já existente na União, a Funpresp (Fundação de Previdência
Complementar do Servidor Público).
A adesão a esse sistema seria uma forma de fugir do aumento das alíquotas
previdenciárias que estão na proposta de reforma da Previdência do
presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Os servidores
terão pouco tempo para pensar e fazer cálculos antes de tomar a decisão. Isso
porque a proposta de reforma foi apresentada perto do prazo final para a trocar
do regime próprio dos funcionários públicos para a Funpresp —sistema de
capitalização, em vigor desde 2013, no qual cada trabalhador faz a própria poupança
para complementar a aposentadoria. Aberto desde setembro do ano passado, o
período de adesão será fechado no dia 29 de março.
A reforma
foi apresentada oficialmente em 20 de fevereiro. No mesmo dia, enquanto um
técnico do governo explicava à imprensa sobre as alíquotas mais altas que podem
incidir sobre os servidores, o secretário especial de Previdência e Trabalho,
Rogério Marinho, emendou para fazer uma afirmação em tom de dica para os
servidores que estivessem mais atentos.
"Agora... Eles
podem fazer a opção pela Funpresp até março, né?", disse, referindo-se aos
servidores, esboçando um sorriso e franzindo a testa.
Na proposta de
alteração nas regras de aposentadoria enviada ao Congresso, a equipe de
Bolsonaro apresentou um novo modelo de contribuição à Previdência que traz
alíquotas maiores para salários mais altos. No caso dos servidores, pode chegar
a 22%.
FOLHA DE SÃO PAULO