O presidente do
Chile, Sebastián Piñera, enviará ao Congresso no próximo mês projeto de reforma
da Previdência que muda o modelo atual e que trará custos maiores para as
empresas. Os empregadores podem ter de contribuir com 4% sobre os salários.
Além dessa mudança,
Piñera propõe aumentar o chamado "pilar solidário", destinado para
aposentadorias dos mais pobres. A ideia é que esse fundo financiado pelo Estado
cresça 40%, de forma gradual. Isso permitiria, segundo o governo, elevar em 10%
a aposentadoria dos mais pobres, que recebem em média US$ 115 por mês.
Economistas se
dividem sobre a proposta de Piñera. Ricardo Paredes, da Pontifícia Universidade
Católica do Chile, afirma que as mudanças vão na direção correta.
"Reforçar o
pilar solidário com fundos do Estado é correto, pois, se fosse através de um
aporte sobre os salários individuais, funcionaria como um imposto ao trabalho,
o que teria efeito negativo sobre salários."
Para Nicolas Grau, da
Universidade do Chile, a reforma não traz mudanças estruturais e não resolve o
maior problema do sistema previdenciário chileno: as baixas aposentadorias.
"Só há duas maneiras de resolver isso: ou retornando ao 'Sistema de
Reparto', em que trabalhadores na ativa contribuem para aposentadorias dos mais
velhos, ou aumentando impostos.
O governo não se move
em nenhuma dessas direções", diz.
Hoje,
as mulheres recebem, em média, aposentadorias equivalentes a 50% do salário
mínimo, de US$ 415. Os homens recebem, em média, o equivalente a 65%
VALOR ECONÔMICO