Fundos garantem qualidade de vida e impulsionam economia


Foi-se o tempo em que planejar a terceira idade era garantir o suficiente para tratamentos médicos e despesas do dia a dia, por meio da previdência pública. Assim como evoluiu o conceito de longevidade, acentuando-se a noção de qualidade de vida, lazer e prazer na etapa pós-sexagenária, evoluiu também o conceito da previdência, numa perspectiva em que a aposentadoria significa mais renda para aproveitar o lado bom da vida.

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O especialista José Roberto Ferreira destaca importância da Previdência Complementar para o planejamento financeiro

“Estamos saindo de uma cultura em que se vê a previdência pelo lado social, relacionada à perda da capacidade laboral e a consequente necessidade de se aposentar”, diz José Roberto Ferreira, sócio-diretor da Rodarte Nogueira & Ferreira Associados e ex-superintendente da Previc. “No mundo, e no Brasil, estamos evoluindo para os conceitos relacionados à previdência voltada ao apelo de planejamento financeiro. O que antes era a aposentadoria complementar virou um plano de renda e, sendo assim compreendido, propicia uma série de vantagens ao participante”, observa.

Seguro de renda

Com a tranquilidade da renda complementar, os benefícios advindos da previdência social servirão só para as despesas básicas. A renda extra dá a oportunidade para, ainda com vigor, fazer o que não foi possível fazer durante o período de trabalho. “A pessoa pode, por exemplo, concluir mais cedo o tempo de serviço e viver diferente do que viveu até então. Outra opção é viver um ritmo diferente, mas ainda trabalhando”.

Foi com essa perspectiva que, no mundo inteiro, cresceu a previdência complementar. E a poupança resultante fez dos fundos de pensão uma das maiores alavancas do desenvolvimento econômico global.

“No início o modelo pretendia prover a renda do trabalhador no período pós-laboral. Agora, passou a ter um outro tipo de utilidade para a sociedade. No mundo todo a grande alavanca de desenvolvimento é a poupança privada interna de longo prazo advinda da previdência complementar”.

A prova disso, diz o especialista, é que nos países desenvolvidos, a proporção do total de ativos da indústria dos fundos de pensão em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é bastante elevada. Na Dinamarca, por exemplo, é de 112%. Segundo a Organização Mundial para o Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos países desenvolvidos, onde os fundos de pensão tem sido uma mola propulsora do desenvolvimento, essa relação é de 70% na média. Na Holanda, chega a 112%, e nos EUA, a 80%.

Espaço para crescer no Brasil

Segundo os dados da Abrapp, no Brasil, a indústria dos fundos de pensão é composta por 307 entidades, que administram 1.137 planos de benefícios com 7,2 milhões de participantes. Juntas, elas respondem por R$ 833 bilhões em investimentos, que representam apenas 12,6% do PIB nacional.

Na visão de Ferreira, isso significa que há bastante potencial de crescimento para o segmento, que trará consigo efeitos positivos para a economia como um todo. “Existe uma margem muito grande de acumulação que representa a ampliação da cobertura previdenciária e que o Brasil precisa experimentar. Sem esses recursos, a retomada do desenvolvimento econômica estará muito comprometida”, comenta.

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