Em seis meses de intervenção, Postalis reduz 15% do quadro de funcionários


O Postalis apresentou as medidas implantadas pelo auditor fiscal Walter de Carvalho Parente, interventor da entidade nomeado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), em 180 dias de trabalho iniciado em outubro do ano passado. Entre as medidas, Parente reduziu o quadro de funcionários em 15%, cortando 32 colaboradores, o que representa uma diminuição de 26% da folha de pagamentos, de acordo com o relatório de intervenção da entidade. Além disso, o interventor reestruturou o organograma do Postalis, com a redução de 25 para 12 no número de gerências e assessorias.

Segundo o relatório, também foram contratados novos gerentes. Após uma readequação da área de Controles Internos, houve a contratação de um novo gerente responsável por avaliar os processos de negócios do Postalis, enquanto para a área de controladoria foi contratado um gestor especializado que será responsável por supervisionar os relatórios gerenciais, orçamentos e custos das diferentes áreas da entidade.

Investimentos - A intervenção também gerou uma baixa contábil dos valores atribuídos aos FIDCs - NP nas demonstrações contábeis dos planos BD e PostalPrev, adequando os respectivos patrimônios dos planos. O valor da cota do Plano PostalPrev do Postalis registrou desvalorização de 5,2% em outubro devido à rentabilidade negativa dos investimentos apurada no período.

Redução de custos - Entre as medidas para reduzir custos da entidade, Walter Parente realizou a otimização de licenças de software com redução da ordem de R$ 162 mil por ano, aponta o relatório. O processo de solicitação e concessão de empréstimos foi digitalizado, reduzindo custos em R$ 116 mil por ano. Também foi feita a substituição do fornecedor de guarda física de documentos, o que o Postalis estima gerar uma redução de custos em R$ 360 mil por ano.
O relatório aponta ainda para uma redução da mão de obra terceirizada em contratos de Suporte e Desenvolvimento com redução de custos prevista em R$ 466 mil por ano; otimização dos recursos de impressão, com redução de 6% do custo atual, podendo chegar a 40%; migração da plataforma de cobranças via banco, com economia de 50% das tarifas bancárias.

Próximos passos - A intervenção, inicialmente decretada pela Previc com prazo de 180 dias, foi prorrogada no último dia 2 deabril por mais seis meses. De acordo com o relatório, a prorrogação se deve “à complexidade da situação dos investimentos e do volume de ações necessárias à reestruturação da entidade, ainda pendente”. Para os próximos meses, Walter Parente já encaminhou uma série de medidas que estão em andamento. Entre elas está a contratação de um escritório de advocacia para prestar assistência ao Ministério Público Federal no âmbito da ação civil pública movida contra o banco BNY Mellon. “Um dos objetivos desta contratação é dar maior celeridade ao processo na Justiça. Esclareça-se que, em janeiro de 2018, o Ministério Público Federal de São Paulo, com
o apoio da Previc e do Postalis, ingressou com uma ação civil pública, cobrando mais de 8,1 bilhões de reais do banco BNY Mellon”, destaca o relatório.

O Postalis também está trabalhando junto com a Mercer Brasil para apurar o valor relativo aos pagamento devidos pela patrocinadora, os Correios, a título de Reserva de Tempo de Serviço Anterior - RTSA. O fundo de pensão cobra dos Correios o pagamento dos valores atrasados e estuda nova negociação.
Além disso, está em curso uma negociação com a própria Previc para assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), estabelecendo uma estratégia para solucionar o déficit relacionado ao plano BD Saldado. O Postalis também realizará um estudo, em parceria com a Mercer, para o equacionamento de déficit desse plano, com o objetivo de evitar sua liquidação. O Postalis também realiza auditoria independente nas demonstrações contábeis 2017, conduzida pela empresa BDO Trevisan.

Serão feitas ainda reestruturações na área de empréstimos; questionamento jurídico relativo a passivos trabalhistas oriundos dos investimentos FIP Mezanino (RN Naval), SPE/REM e Grupo Canabrava; elaboração de um reenquadramento dos investimentos e de otimização da gestão terceirizada; intensificação de esforços para a recuperação de ativos já provisionados; revisão do planejamento estratégico e de políticas, regimentos internos e manuais; mapeamento de processos críticos e elaboração da matriz de riscos operacionais; revisão orçamentária e de contratos; mudança da sede do Postalis; entre outras medidas para redução de custos da entidade.



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