Área externa com jardim da desenvolvedora de
softwares Totvs, na zona norte de São Paulo
Uma pesquisa feita neste ano pela consultoria
Future Workplace com 1.614 trabalhadores norte-americanos apontou que 78%
consideram o acesso a luz natural e janelas como um fator
que aumenta o bem-estar no ambiente de trabalho.
O excesso de iluminação artificial e de ambientes
fechados, sem contato com o mundo exterior, fazem com que 47% dos entrevistados
se sintam cansados e 43%, tristes.
"O dia a dia já é sofrido e, se você fica em um
ambiente enclausurado, piora", diz Samyr Castro, fundador da BankRio, uma
consultoria de planejamento financeiro que se mudou há um mês para um novo
escritório no centro do Rio.
Castro achou um espaço com grandes janelas e vista
para o mar e a ponte Rio-Niterói. "A paisagem dá energia e passa uma
imagem de credibilidade e solidez quando o cliente vem aqui."
A luz natural permitiu reduzir o uso de lâmpadas, o
que, diz Castro, diminuiu em 30% o consumo de eletricidade.
Para melhorar o bem-estar nas empresas, a arquiteta
Ana Paula Briza, do escritório Triarq, afirma que, em projetos corporativos,
sempre deixa perto das janelas as áreas onde as pessoas passam mais tempo trabalhando.
Na falta da vista externa, o arquiteto Pietro
Terlizzi afirma que papel de parede com paisagem é uma opção para dar conforto
visual.
Ana Paula recomenda o uso de mais de um tipo de
iluminação no mesmo ambiente, para que o funcionário possa desligar a luz fria
e trabalhar com uma luminária, se preferir. "Já tem o computador, às vezes
você não precisa da luz branca em cima da cabeça."
O novo escritório da BankRio também aboliu as
divisórias, o que inclui o local de trabalho de Castro. "Não ter separação
entre colaboradores e chefes facilita a gestão. Fico sabendo rapidamente de
deficiências e qualidades de cada um e entendo melhor os problemas",
afirma.
Integrar a empresa foi uma das ideias por trás da
mudança da Totvs, desenvolvedora de softwares. A sede atual, na zona norte de
São Paulo, reúne setores que ficavam em prédios espalhados pela cidade.
Os espaços não têm divisórias. Há um tobogã entre
dois andares e varandas com jardins, onde funcionários podem almoçar, descansar
e fazer confraternizações.
"O pessoal ficou animado no prédio novo. Não
tem o carpete que dava rinite, nem ar-condicionado desregulado", diz a
analista Samara Ramos, 28. "Quando estamos nervosos, vamos na varanda
tomar sol e ver os aviões passando."