Por 370 a 124 votos, reforma avança;
trabalhos serão retomados nesta quarta para analisar destaques
O plenário da Câmara dos Deputados
aprovou na madrugada desta quarta-feira (7), em segundo turno, o texto-base da
proposta de reforma da Previdência apresentada pelo
governo Jair Bolsonaro.
Foram 370 votos a favor, e 124
contra —o mínimo necessário para a aprovação era de 308 apoios.
O único deputado presente que marcou
"abstenção" foi Alexandre Frota (PSL-SP), que chegou a ser o
coordenador da bancada do partido na comissão especial. Ele tem se envolvido em
disputas internas com correligionários e
criticado o governo nas redes sociais.
O placar é menor em
relação ao obtido no primeiro turno, quando o texto-base teve apoio de 379
deputados, mas está dentro da "margem de erro"
estimada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a aliados.
Nesta quarta, serão votados os
"destaques", que são tentativas de suprimir pontos específicos da
proposta. Isso, contudo, deve ocorrer apenas na tarde desta quarta (7).
Para Maia, não haverá surpresa nas tentativas de supressão. Um dos mais
polêmicos, que envolve o pagamento de pensão por morte, já foi conciliado com
os deputados. “Já foi explicado hoje às principais bancadas, à bancada
evangélica, à bancada feminina, aos principais partidos, onde ficou claro que
não haverá nenhum brasileiro que receba menos de um salário mínimo na pensão.”
Serão votados ainda os chamados
"destaques", que são tentativas de alterar pontos específicos da
proposta. Isso, contudo, deve ocorrer apenas na tarde desta quarta (7).
Somente após a análise dos destaques
é que a votação da proposta será concluída na Câmara. Aí o texto segue para o Senado, que deve se
debruçar sobre o tema a partir da próxima semana.
A proposta inicial, enviada por Bolsonaro em fevereiro, previa um corte de R$
1,2 trilhão nos gastos em dez anos.
A versão aprovada representa, até o
momento, uma economia de R$ 933,5 bilhões nas despesas previdenciárias na
próxima década. Esse valor pode cair se algum destaque for aprovado nesta
quarta.
FOLHA DE SÃO PAULO