Bancos
que financiarem folhas de pagamento de empresas poderão abater em compulsórios
Medida passa a ter efeito a partir do
próximo dia 20.
Os bancos que participarem do programa de
financiamento das folhas de pagamento das empresas, medida lançada pelo governo
para amenizar os efeitos da crise do novo coronavírus,
poderão abater o valor dos empréstimos nos depósitos compulsórios a prazo.
A
autorização foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta
segunda-feira (6).
A
iniciativa é um incentivo a mais para que as instituições financeiras ingressem
no programa.
A medida passa a ter efeito a partir do próximo dia 20.
O volume
que pode ser deduzido poderá chegar a R$ 6 bilhões, cerca de 5% do montante
atual do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo.
Depósitos
compulsórios a prazo são a parcela (%) do valor investido por clientes no banco
comercial (por meio de CDB, por exemplo) que as instituições precisam depositar
no BC como forma de um seguro para diminuir a alavancagem —ou seja, que esse
dinheiro seja emprestado indiscriminadamente.
Reduzindo
essa fração, a capacidade do banco de fazer novos financiamentos aumenta.
Em
conjunto com o Ministério da Economia e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), o BC criou uma linha emergencial de R$ 40 bilhões para
financiar dois meses de folha de pagamento das empresas com faturamento de R$
360 mil a R$ 10 milhões por ano.
O
governo entrará com 85% dos recursos.
Os bancos entram com 15%. O risco de
calote é dividido na mesma proporção (85/15).
O custo para a empresa é igual à
taxa básica (3,75% ao ano), sem “spread” para os bancos, com carência de seis
meses para pagar e em 36 parcelas.
FOLHA DE SÃO PAULO