Funcef foca em fundos de participações estruturados


A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) - fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal - investirá R$ 1,5 bilhão até 2019, ou R$ 300 milhões por ano em fundos de participações estruturados. Desse montante, R$ 1 bilhão em aportes será no setor de infraestrutura.

Segundo o diretor de investimentos da Funcef, Maurício Marcellini Pereira, sua entidade discute até novembro de 2014 a política de investimentos para o período dos próximos cinco anos (2015-2019) e buscará boas oportunidades com taxas de retorno adequadas no horizonte de longo prazo. "Em projetos de infraestrutura, a receita de longo prazo está atrelada à inflação, e a taxa de retorno é superior a dois dígitos reais, entre 10% e 15% ao ano", argumentou.

Além do retorno mais compatível em infraestrutura, Marcellini apontou que os fundos estruturados em private equity oferecem ganhos reais entre a 20% a 30% por ano. "Sempre temos o desafio da curva jota [saída de recursos sem entrada de receitas] nos primeiros anos, mas a taxa de retorno é maior depois", justifica o diretor.

Ao longo de 2014, o diretor contou que a Funcef adotou uma postura mais conservadora diante do cenário desafiador. "Passamos por um processo de redução da indexação ao Ibovespa, 65% da carteira de ações está indexada e 35% não indexada. A alta nos últimos meses foi aproveitada para uma redução gradual em empresas mais líquidas para sair da volatilidade eleitoral, e fizemos um hedge [proteção estruturada em derivativos] para proteger da baixa um percentual da carteira Ibovespa no curto prazo", informou.

Do consolidado de R$ 55 bilhões, Marcellini contou que cerca de um terço (33%) está em renda variável (ações); 45% em renda fixa; 10% em investimentos estruturados como fundos de private equity, participações e infraestrutura e fundos imobiliários; 8% diretamente em imóveis e 4% em operações com participantes (crédito e financiamentos).

"Na renda fixa, 90% estão marcados na curva [de juros], em algumas oportunidades de abertura de taxas [alta de juros], trocamos por títulos mais longos para aproveitar esse momento. Nos 10% marcados no mercado [precificados diariamente], são cerca de R$ 3 bilhões, reduzimos a fatia indexada a índice de preços para uma posição pós-fixada na Selic [taxa básica]", afirmou.

Marcellini também contou que a fundação ficou de fora das ofertas de debêntures de infraestrutura. "As taxas oferecidas estavam muito baixas, esses papéis foram disputados por pessoas físicas por causa da isenção fiscal", disse.

O diretor diz que a Funcef prefere investir em infraestrutura via fundos com gestão ativa e com mais governança nas empresas investidas. Nesse setor, a Funcef participa, via Invepar, de 25% da concessão de 20 anos do aeroporto internacional de Guarulhos, e via Sete Brasil para a construção de 29 sondas do pré-sal, os 17,65% do FIP Sondas. E possui fatia de 17,32% do FIP Logística gerido pela Caixa; 18,7% da Desenvix; 4,13% da ALL e 24,95% do FIP Brasil Energia.


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